O G7, grupo dos sete países países mais ricos do mundo, anunciou que aceita uma moratória na dívida dos países atingidos pelo maremoto do mês passado.
O acordo entre os países foi anunciado nesta sexta-feira pelo ministro da Fazenda britânico, Gordon Brown, antes de um encontro do Clube de Paris, que representa os países credores, no dia 12 de janeiro.
O acordo determina apenas o congelamento dos pagamentos da dívida, não o seu cancelamento.
O G7 deve fazer também um apelo para que o Banco de Desenvolvimento da Ásia acelere a assistência aos países atingidos.
- Nós não esperamos pagamentos da dívida até que o Banco Mundial e o FMI façam uma análise completa das necessidades de financiamento e reconstrução, reconhecendo que alguns países podem ser incapazes de fazer pagamentos - disse um comunicado do G7.
Powell
Em visita a vítimas no Sri Lanka, o secretário de Estado Americano, Colin Powell, pediu que o governo e os rebeldes tâmeis do país se unam para ajudar as vítimas do maremoto do mês passado.
Ele disse que "o espírito de cooperação após a tragédia poderia criar oportunidades para resolver antigos conflitos entre as duas partes".
A correspondente da BBC Frances Harrison, entretanto, diz que o desastre deve acentuar as tensões entre os dois lados, que têm disputado o controle das operações de ajuda.
As autoridades do Sri Lanka insistem na presença de soldados em todos os acampamentos de pessoas desabrigadas, o que é visto pelos rebeldes como uma tática para intimidar a população tâmil.
Os insurgentes também acusam o governo de não distribuir suprimentos para áreas sob o seu controle.
Powell deve se encontrar com a presidente Chandrika Kumaratunga e outras autoridades, mas ainda não está claro se ele aceitará um convite dos tigres tâmeis para uma reunião.
Indonésia
Um outro confronto entre grupos rebeldes e o governo da Indonésia também estaria atrapalhando as operações humanitárias no país.
Soldados indonésios na província de Aceh dizem que o seu trabalho para ajudar as vítimas do tsunami está sendo prejudicado por ataques de rebeldes separatistas.
Os rebeldes acusam o governo central de se aproveitar da tragédia para lançar ofensivas.
Em visita à província indonésia de Aceh, a mais afetada pelo terremoto que provocou as ondas gigantes, o secretário geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, disse estar chocado com o tamanho da tragédia.
Annan
- Trata-se de um acontecimento trágico. Vimos milhas e milhas de costa destruída - disse ele na cidade de Meulaboh, após vistoriar a área de helicóptero.
Muitas das vítimas de Meulaboh estão sendo atendidas em campos de refugiados improvisados. Outras comunidades da região ainda não receberam nenhuma ajuda.
Segundo a ONU, as vítimas de Aceh estão sendo atendidas em cerca de 200 campos improvisados.
Após pedido de agências de ajuda internacionais, o governo da Indonésia prometeu montar dezenas de campos que atendam os padrões internacionais de higiene.
Um comandante militar em Meulaboh, o coronel Geerhan Lantara, disse que o local necessita de cerca de 1.000 barracas mas conta com apenas 50.
Amputações
O coordenador da campanha de auxílio da ONU, Jan Egeland, disse que as estimativas do governo indonesio de que o número de mortos ficariam em torno de 100 mil pessoas seriam conservadoras.
- Não acho que estamos próximos de um número definitivo do número de mortos, desaparecidos ou seriamente afetados - disse ele.
As péssimas condições de higiene dos sobreviventes também é uma ameaça.
Médicos em Banda Aceh, a capital da província de Aceh, dizem que a contaminação dos ferimentos pode levar a amputações e este tipo de operações carregam seus próprios riscos.
Rio de Janeiro, Quinta, 28 de Março de 2024
G7 aprova moratória para países atingidos pelo tsunami
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Publicado Sexta, 07 de Janeiro de 2005 às 14:21, por: CdB
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