G7 aprova moratória para países atingidos pelo tsunami

Arquivado em:
Publicado Sexta, 07 de Janeiro de 2005 às 14:21, por: CdB

O G7, grupo dos sete países países mais ricos do mundo, anunciou que aceita uma moratória na dívida dos países atingidos pelo maremoto do mês passado.

O acordo entre os países foi anunciado nesta sexta-feira pelo ministro da Fazenda britânico, Gordon Brown, antes de um encontro do Clube de Paris, que representa os países credores, no dia 12 de janeiro.

O acordo determina apenas o congelamento dos pagamentos da dívida, não o seu cancelamento.

O G7 deve fazer também um apelo para que o Banco de Desenvolvimento da Ásia acelere a assistência aos países atingidos.

- Nós não esperamos pagamentos da dívida até que o Banco Mundial e o FMI façam uma análise completa das necessidades de financiamento e reconstrução, reconhecendo que alguns países podem ser incapazes de fazer pagamentos - disse um comunicado do G7.

Powell

Em visita a vítimas no Sri Lanka, o secretário de Estado Americano, Colin Powell, pediu que o governo e os rebeldes tâmeis do país se unam para ajudar as vítimas do maremoto do mês passado.

Ele disse que "o espírito de cooperação após a tragédia poderia criar oportunidades para resolver antigos conflitos entre as duas partes".

A correspondente da BBC Frances Harrison, entretanto, diz que o desastre deve acentuar as tensões entre os dois lados, que têm disputado o controle das operações de ajuda.
As autoridades do Sri Lanka insistem na presença de soldados em todos os acampamentos de pessoas desabrigadas, o que é visto pelos rebeldes como uma tática para intimidar a população tâmil.

Os insurgentes também acusam o governo de não distribuir suprimentos para áreas sob o seu controle.

Powell deve se encontrar com a presidente Chandrika Kumaratunga e outras autoridades, mas ainda não está claro se ele aceitará um convite dos tigres tâmeis para uma reunião.

Indonésia

Um outro confronto entre grupos rebeldes e o governo da Indonésia também estaria atrapalhando as operações humanitárias no país.

Soldados indonésios na província de Aceh dizem que o seu trabalho para ajudar as vítimas do tsunami está sendo prejudicado por ataques de rebeldes separatistas.

Os rebeldes acusam o governo central de se aproveitar da tragédia para lançar ofensivas.
Em visita à província indonésia de Aceh, a mais afetada pelo terremoto que provocou as ondas gigantes, o secretário geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, disse estar chocado com o tamanho da tragédia.

Annan

- Trata-se de um acontecimento trágico. Vimos milhas e milhas de costa destruída - disse ele na cidade de Meulaboh, após vistoriar a área de helicóptero.

Muitas das vítimas de Meulaboh estão sendo atendidas em campos de refugiados improvisados. Outras comunidades da região ainda não receberam nenhuma ajuda.

Segundo a ONU, as vítimas de Aceh estão sendo atendidas em cerca de 200 campos improvisados.

Após pedido de agências de ajuda internacionais, o governo da Indonésia prometeu montar dezenas de campos que atendam os padrões internacionais de higiene.

Um comandante militar em Meulaboh, o coronel Geerhan Lantara, disse que o local necessita de cerca de 1.000 barracas mas conta com apenas 50.

Amputações

O coordenador da campanha de auxílio da ONU, Jan Egeland, disse que as estimativas do governo indonesio de que o número de mortos ficariam em torno de 100 mil pessoas seriam conservadoras.

- Não acho que estamos próximos de um número definitivo do número de mortos, desaparecidos ou seriamente afetados - disse ele.

As péssimas condições de higiene dos sobreviventes também é uma ameaça.

Médicos em Banda Aceh, a capital da província de Aceh, dizem que a contaminação dos ferimentos pode levar a amputações e este tipo de operações carregam seus próprios riscos.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo