Metade dos funcionários da ONU (Organização das Nações Unidas) que prestam ajuda humanitária no Iraque já deixou o país nas últimas duas semanas.
Um porta-voz da ONU disse nesta sexta-feira que os funcionários receberam permissão para sair do país.
Mas a direção da organização ainda não instruíu seus funcionários a evacuarem o Iraque e deixou a decisão a cargo do staff.
“Nós não emitimos nenhuma ordem de evacuação, mas foi decidido no início deste mês que nós iríamos permitir que os funcionários que queiram deixar o país possam fazê-lo”, disse Stephane Dujarric, porta-voz da ONU.
Funcionários
Os funcionários que deixaram o Iraque foram instruídos a não voltar ao país até segunda ordem.
Dos cerca de 900 funcionários estrangeiros da área humanitária da ONU que trabalhavam em todo o Iraque, 450 já deixaram país.
Outros cerca de 200 que trabalham com as inspeções de armas continuam em Bagdá.
As equipes da ONU vêm tendo uma forte presença no país desde a Guerra do Golfo, em 1991.
Um dos objetivos da missão da ONU no país é tentar minimizar os efeitos das sanções internacionais – promovidas pela própria ONU.
Divergências
Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, voltou a afirmar que o uso da força pode ser necessário, caso o presidente iraquiano Saddam Hussein não comece a cooperar com os inspetores da ONU.
As declarações foram feitas em Roma, na Itália, onde Blair se encontrou com o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi.
Os dois líderes são aliados dos Estados Unidos nesta crise e defendem um ataque como forma de desarmar o Iraque. Mas os dois enfrentam forte oposição da população de seus países que, na maioria, é contra a guerra.
O secretário de Defesa americano, Donald Rumseld, disse mais cedo que os Estados Unidos já estão prontos para uma guerra.
O presidente da França, Jacques Chirac, também voltou a defender sua posição, contra uma intervenção militar no Iraque.
Ele afirmou que as inspeções da ONU ainda podem resolver a crise pacificamente.
A França, um dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – e com direito a veto – vem defendendo que a força seja usada apenas como último recurso.
Chirac falou no encerramento do encontro de líderes de 52 países da África, em Paris.
Os líderes africanos publicaram, nesta quinta-feira, uma declaração apoiando a posição francesa.
Três desses países – Angola, Camarões e Guinéa – são membros não-permamentes do Conselho de Segurança.