França sofre com greve contra planos de reforma previdenciária

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Publicado Terça, 13 de Maio de 2003 às 05:54, por: CdB

Uma greve convocada pelos principais sindicatos da França, em protesto contra planos do governo para reformar o sistema de pensões e aposentadorias, causou grandes transtornos no país, nesta terça-feira. Com os transportes públicos severamente atingidos, os parisienses usaram bicicletas ou tentaram ir a pé de casa para o trabalho. Situação similar ocorreu em outras grandes cidades. Os controladores do tráfego aéreo reduziram seu serviço ao mínimo, levando ao cancelamento de numerosos vôos. O transporte ferroviário também foi afetado, com milhares de pessoas sendo obrigadas a cancelar planos de viagem. Os grevistas reivindicam mudanças nos planos de reformas. Mas o primeiro-ministro Jean-Pierre Raffarin argumenta que os ajustes são necessários para salvar o sistema previdenciário de um colapso, no futuro. A greve não se limitou aos transportes. Professores, carteiros e funcionários de algumas empresas privadas também cruzaram os braços, no que os sindicatos estão chamando de um "Dia de Ação". Mais de 100 passeatas e comícios foram organizadores em várias partes do país, de acordo com a emissora de rádio France-Info. Em Paris, manifestantes realizaram passeatas, pela manhã, convergindo para a praça Denfert-Rochereau, na margem esquerda do Rio Sena. O metrô e os ônibus quase não funcionaram, o mesmo ocorrendo em cidades como Bordeaux e Estrasburgo. Antes de julho O Governo Raffarin anunciou que planeja enviar ao Parlamento, antes de julho, um projeto de lei sobre as reformas. Entre outros ajustes, o governo defende um aumento do tempo de contribuições ao sistema de pensões, uma medida que inclui os funcionários públicos, que normalmente gozam de privilégios. Sob as mudanças propostas, as contribuições seriam prolongadas, progressivamente, de 37,5 anos para 40 anos. Um esforço para reformar o sistema em 1995 levou a uma onda de greves, com três semanas de duração. O ministro do Serviço Público, Jean-Paul Delevoye, descartou nesta terça-feira a repetição daquele cenário. "Hoje, ninguém contesta a necessidade de reformas", declarou Delevoye, em entrevista à emissora de televisão France-2.

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