O Governo francês se ofereceu para participar da intervenção armada que os países do Pacífico prevêem realizar nas Ilhas Salomão para restaurar a paz e a ordem no pequeno arquipélago, informaram, nesta quinta-feira, fontes oficiais australianas. O governo de Canberra já iniciou o diálogo com Paris para avaliar a possível participação francesa, informou o ministro australiano de Assuntos Exteriores, Alexander Downer. Segundo Downer, o Executivo francês, por seus especiais vínculos com a região do Pacífico, pode contribuir em uma força multinacional de manutenção da paz e através de ajuda financeira. A França é o único país europeu com forças militares significativas no Pacífico Sul, onde conta com mais de 2.000 soldados, três fragatas e vários porta-aviões em seus territórios da Nova Caledônia e da Polinésia francesa. A Austrália, que não esperava a oferta, se limitou a pedir à União Européia uma contribuição financeira para o processo de reconstrução da convulsionada nação. A pedido do próprio governo das Ilhas Salomão, os países do Pacífico aprovaram na segunda-feira a realização de uma intervenção armada nessas ilhas para acabar com os confrontos étnicos entre os habitantes da rica ilha de Guadalcanal e os emigrantes da vizinha e superpovoada Malaita. A Austrália planeja liderar essa operação, que contará com um máximo de 2.000 efetivos e pode começar no final deste mês, junto com outros sete países da região. Nos últimos dias a crise das Ilhas Salomão piorou. Segundo informou hoje a rádio das ilhas, Solomon Islands Broadcasting Corporation, nas últimas horas os rebeldes destruíram um povoado inteiro no litoral de Guadalcanal e seus 500 habitantes foram obrigados a ir para a capital, Honiara. O líder do grupo paramilitar Frente de Libertação de Guadalcanal (FLG), Harold Keke, parece estar por trás do ataque, declarou o porta-voz governamental Augustine Manakako à citada emissora. Segundo Manakako, os seguidores de Keke queimaram todas as casas do povoado de Marasa e levaram a população para a praia, onde escolheram dois rapazes e, depois de desnudá-los, os mataram com paus diante de seus vizinhos. Harold Keke é considerado o principal responsável pela onda de violência que sacode Guadalcanal, a ilha mais grande e rica do país. O líder rebelde se retratou do Acordo de paz de Townsville, assinado em outubro de 2000 pelo Movimento de Libertação de Guadalcanal (MLG) e pela Malaita Eagle Force (MEF), os dois lados de uma guerra civil iniciada há quatro anos.
Rio de Janeiro, Sexta, 29 de Março de 2024
França deve intervir nas Ilhas Salomão
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Publicado Quinta, 03 de Julho de 2003 às 01:55, por: CdB
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