Forças da Otan anunciam a morte de 30 guerreiros talebãs

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Publicado Sábado, 20 de Fevereiro de 2010 às 13:21, por: CdB

Caças paquistaneses mataram pelo menos 30 militantes nas montanhas da fronteira afegã neste sábado, disseram militares, no momento em que as forças norte-americanas conduzem uma das maiores ofensivas da Otan contra o Talebã no Afeganistão. Forças de segurança do Paquistão lançaram uma grande operação contra o Talebã paquistanês, apoiado pela Al Qaeda, em seu principal bastião no Waziristão do Sul em outubro, e os militares ocuparam a maioria das bases de insurgentes na região.

O ataque aéreo de sábado ocorreu em Shawal, um santuário militante perto da fronteira do Waziristão do Sul e do Norte, onde se crê que muitos insurgentes buscaram refúgio após a ofensiva de outubro. Sabe-se que militantes da Al Qaeda também operam na área. Além de atacar o Talebã local, que tenta derrubar o governo apoiado pelos EUA, as forças de segurança reforçaram ações contra grupos do Talebã afegão que agem no Paquistão, detendo pelo menos três membros do alto escalão, incluindo seu número dois, este mês.

– Miramos o refúgio em Shawal após recebermos a dica de que terroristas se escondiam nas montanhas – disse um porta-voz militar, acrescentando que trinta deles foram mortos.

Não foi possível verificar o saldo de vítimas de maneira independente. As áreas tribais da etnia pashtun no Paquistão se converteram em um reduto global de militantes desde que combatentes islâmicos as ocuparam para lutar contra as forças soviéticas na fronteira com o Afeganistão nos anos 1980. Acredita-se que Osama bin Laden, líder da Al Qaeda, se esconde em algum ponto da fronteira entre Paquistão e Afeganistão.

Além da campanha afegã, os EUA também têm atacado militantes no noroeste paquistanês com aviões teleguiados armados com bombas. Um filho do líder de uma grande facção afegã do Talebã que atacava forças ocidentais no Afeganistão foi morto por um ataque de míssil teleguiado no Waziristão do Norte, nesta quinta-feira. A morte de Mohammad Haqqani, filho do veterano guerrilheiro Jalaluddin Haqqani, aconteceu dias após a prisão do principal estrategista militar do Talebã, Mullah Abdul Ghani Baradar, em uma operação conjunta de EUA e Paquistão na cidade de Karachi.

'Até a morte'

A luta contra o Talebã, no entanto, parece mais longe do fim do que acreditam os norte-americanos. Militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, a aliança militar ocidental) acreditam que a luta poderá durar mais de um mês até que os aliados assumam o controle da localidade de Marjah, bastião do grupo fundamentalista no sul do Afeganistão. A projeção foi feita na noite passada pelo general britânico Nick Carter, atual comandante das forças na região.

Segundo o general, as tropas enfrentam uma "resistência tenaz" por parte de rebeldes. Em comunicado, a Otan admite haver uma forte resistência, "mais em Marjah do que em Nad Ali".

– No momento eu guardaria toda a comemoração – disse o comandante neste sábado, sétimo dia da ofensiva, quando rebeldes e tropas internacionais e afegãs travaram combates intensos.

O Pentágono mantém um cauteloso otimismo com o ritmo da ofensiva, mas disse que alguns militantes parecem dispostos a lutar até a morte. O saldo de mortos junto às forças da Otan, na véspera, chegou a seis soldados. Três foram mortos em combates e outros três em explosões de bombas caseiras plantadas pelos talebãs, conforme a Otan. Dois desses seis militares eram britânicos, informou o Ministério de Defesa do Reino Unido. Não foram informadas as nacionalidades dos demais combatentes.

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