Fome Zero é lançado no Piauí com apelos por bom uso do dinheiro

Uma comitiva liderada pelos ministros da Secretaria de Segurança Alimentar, José Graziano, da Integração Nacional, Ciro Gomes, e da Promoção e Assistência Social, Benedita da Silva, esteve nesta segunda-feira na região do semi-árido do Piauí, um dos locais mais miseráveis do Brasil, para lançar o Programa Fome Zero, o carro-chefe do Governo Lula no combate à fome. Os ministros pediram o auxílio da população que participa do projeto-piloto do programa para fiscalizar o emprego do dinheiro e lembraram a importância da qualificação profissional para levar cidadania e dignidade aos mais necessitados. Inicialmente, o Fome Zero vai beneficiar 500 famílias pobres da cidade de Guaribas, que receberão 50 reais por mês para a compra de alimentos. O objetivo é permitir que as pessoas tenham acesso à comida e movimentem, com sua compra, o comércio local e o sistema de agricultura familiar comum na região. Em seus discursos, Graziano, Ciro Gomes e Benedita da Silva, pediram à população que fiscalizasse o Programa Fome Zero para evitar a malversação da verba. Graziano disse que vai cobrar a participação da comunidade. "Eu vou cobrar de vocês que ajudem a fiscalizar o dinheiro, porque o dinheiro é do povo e precisa ser bem usado", enfatizou. O ministro destacou ainda a importância de as 500 famílias que receberem o cartão alimentação saberem gastar os 50 mensais com alimentos "que fazem bem à saúde". E pediu que o dinheiro seja gasto na própria cidade, a fim de que o comércio seja movimentado e que a agricultura familiar prospere. O governador do Piauí, Wellington Dias, também discursou para a comunidade antes de a comitiva visitar uma casa na qual já foi construída uma cisterna. Ainda nesta segunda-feira, foi assinado o convênio entre o governo do estado e agências das Nações Unidas para a construção de cisternas e obras de saneamento no valor de 1,7 milhão de reais. Ciro pede parceria do povo O ministro Ciro Gomes disse que o governo precisa da parceria do povo para permitir que os recursos destinados ao Fome Zero sejam revertidos para a população. "Queremos aprender com vocês como fazer para que o combate à fome atinja realmente as famílias que estão precisando. Queremos evitar desvios, como era freqüente em governos passados", disse. Ciro ressaltou que o cartão-alimentação, no valor de 50 reais mensais, sai diretamente do Governo federal para o bolso das 500 famílias beneficiadas. O ministro destacou ainda que a construção de obras de saneamento e água também deve ser fiscalizada pelo comitê gestor e pela população da cidade. A ministra Benedita da Silva destacou a importância da qualificação profissional como uma das atividades do Programa Fome Zero. "Esse é um projeto de duas mãos. O cartão-alimentação é o carro-chefe para que as famílias não passem fome. Mas há também a outra mão, que é a qualificação profissional. Esta vai trazer dignidade e permitir que os cidadãos possam comprar sua comida com seu próprio salário", disse. Benedita lembrou, ainda, a importância de ações voltadas especificamente para as mulheres, que são aquelas que mais sofrem devido à falta de qualificação profissional.