Fatos em Foco - Por Hamilton Octavio de Souza

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Publicado Quarta, 03 de Fevereiro de 2010 às 10:38, por: CdB

Belo Monte - 1
Pressionado por empresas empreiteiras e de mineração, o governo federal tratorou o processo do Ibama para aprovar a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Pará. Em defesa da população que será duramente afetada pela obra (povos indígenas, pescadores, moradores do município de Altamira), dom Erwin Krautler, bispo da Prelazia do Xingu e presidente do CIMI alerta que a reação dos povos da floresta é “imprevisível”.

Belo Monte - 2
Em entrevista coletiva em São Paulo, dia 29, no auditório da Livraria Paulinas, dom Erwin Krautler deixou claro que os danos ambientais causados pela usina de Belo Monte serão irreversíveis, já que o lago da barragem deverá destruir o ecossistema do rio Xingu, inundar terras indígenas, provocar o despejo de 30 mil famílias e destruir sítios arqueológicos importantíssimos. Enfim, um desastre natural, humano e cultural – para beneficiar alguns grupos empresariais.

Congelador
Não apenas os processos contra a Construtora Camargo Corrêa e o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, foram congelados pelo Judiciário: dezenas de casos apurados pela Polícia Federal e denunciados pelo Ministério Público, nos últimos anos, dormem em berço esplêndido, especialmente os que envolvem empresários nos crimes de sonegação fiscal, evasão de divisas e corrupção ativa de funcionários públicos. Por que será?

Dívida Pública - 1
O governo aumentou a dívida pública federal em R$100 bilhões, em 2009, exatamente 7,16% acima do final de 2008. Agora está em R$1,497 trilhão. O aumento foi feito com a emissão de títulos para captar recursos para o BNDES. O banco estatal tem usado esses recursos para financiar, com juros baixíssimos, grandes grupos empresariais, nacionais e estrangeiros, entre os quais a indústria automobilística e o agronegócio exportador. Quem vai pagar?

Dívida pública - 2
O aumento da dívida pública vai obrigar o governo a promover superavit primário destinado ao pagamento de juros, o que significa reduzir investimentos públicos em áreas sociais ou desonerar setores geradores de empregos. A elevação da dívida só faz sentido quando acoplada a políticas de distribuição da renda e melhoria das necessidades básicas da população. Caso contrário, é transferência de renda para o capital privado. Quem vai pagar?

Luta política
A imprensa empresarial-burguesa do Brasil caiu de pau – mais uma vez – no presidente da Venezuela, Hugo Chávez, porque a autoridade de comunicação de lá puniu as emissoras de TV que não transmitiram programação obrigatória em rede nacional. Mais uma vez a RCTV, aquela que perdeu a concessão de canal aberto, foi punida, e alegou que não entrou em rede porque sua sede fica em Miami. A gritaria é luta política e ideológica!

Teto salarial
Em 1994, quando as primeiras operadoras de TV a cabo iniciaram acirrada disputa com a perspectiva de expansão do mercado, tinham como previsão que o Brasil teria, até o ano 2000, algo em torno de 10 milhões de assinantes. No entanto, a coisa não caminhou conforme o previsto, já que ainda hoje – em 2010 – o número de assinantes da TV paga está em torno de 7 milhões, e assim mesmo com muita inadimplência. A renda não ajuda!

Conexão nacional
As empresas privadas de telefonia estão em pé de guerra contra a proposta governamental de recriação da Telebras (InfoBrasil), que assumiria o fornecimento de banda larga para o setor público e localidades onde o setor privado não tem interesse econômico. A mídia burguesa, como sempre, está bombardeando o projeto, que pode representar grande economia para os cofres públicos e para os bolsos dos cidadãos. Será que o governo vai peitar?

Deu desemprego
Ao longo de 2009 a grande mídia divulgou inúmeras vezes, com base em fontes do governo, a queda do desemprego e o aumento de empregos formais – sempre como prova de superação da crise econômica e retomada do crescimento. Agora, dado oficial do IBGE constata que 2009 fechou com taxa de desocupação de 8,1%, pouco acima da taxa de 2008, que foi de 7,9%. Aumentou mais o desemprego entre trabalhadores com maior escolaridade.

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Edição digital

 

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