Farc se declaram dispostas à troca de rebeldes por reféns

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Publicado Segunda, 14 de Abril de 2003 às 13:06, por: CdB

A guerrilha colombiana das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se declarou nesta segunda-feira, disposta a assinar um "acordo de intercâmbio" de dezenas de pessoas em seu poder por rebeldes presos, segundo um comunicado difundido pela Internet. "As Farc estão dispostas a nomear seus porta-vozes oficiais para o intercâmbio de prisioneiros, imediatamente (depois que) o Governo, através dos meios de comunicação, responder positivamente" às garantias exigidas em 8 de fevereiro pela organização armada, segundo o documento. As Farc "ratificam sua inquebrantável disposição política" para "iniciar o mais rápido possível as conversações com os porta-vozes oficiais" e fazer uma troca "ou acordo humanitário" que dê fim "ao longo cativeiro dos retidos em poder das duas partes", acrescenta. O documento é assinado pelo líder guerrilheiro, Pedro Antonio Marín, conhecido como "Manuel Marulanda Vélez" ou "Tirofijo", que também fez referência à nota publicada na semana passada, na qual propôs um "diálogo direto" com os "generais da República" para "dirimir" o conflito armado interno. "Tirofijo" lamenta que "alguns generais se pronunciaram visivelmente incomodados, expressando os eternos impropérios e desqualificações contra o chefe das Farc, para referir-se a carta-convite para dialogar com eles". Certamente alguns generais "procedem assim, devido às pressões do Presidente da República (Álvaro Uribe), que se nega a abrir as portas dos diálogos para a paz", afirma o líder rebelde. "Outros generais o farão por sua própria convicção de inimigos acérrimos das saídas políticas e porque recebem importantes dividendos provenientes da guerra", diz "Tirofijo". No entanto, ele diz que "também temos diversas opiniões favoráveis aos diálogos de parte de alguns setores políticos, sociais, a igreja católica colombiana e povo em geral, identificados totalmente com o chamado das Farc a buscar saídas diferentes à guerra". As Farc propuseram em diferentes ocasiões a troca de quase 70 pessoas seqüestradas por mais de 400 guerrilheiros em diversas prisões do país. No dia 8 de fevereiro, a principal guerrilha colombiana reiterou as condições para a realização de um acordo de troca, entre elas que este se realize em território colombiano, "em zonas previamente desmilitarizadas". Nessa troca, as Farc "estão dispostas a libertar todos os militares e policiais em seu poder, os doze deputados do Vale do Cauca, os dois ex-ministros de Estado, o Governador de Antioquia, o ex-governador do Meta e a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt", afirmaram.

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