Farc assumem autoria de assassinatos de reféns

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Publicado Segunda, 12 de Maio de 2003 às 09:15, por: CdB

Um líder da guerrilha colombiana das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) reconheceu que o grupo assassinou na semana passada o governador de Antioquia, Guillermo Gaviria, seu assessor de paz e oito militares. O informativo Noticias Uno informou que "Raúl Reyes" enviou uma carta na qual a cúpula das Farc se refere pela primeira vez à morte de Gaviria, de seu assessor de Paz, do ex-ministro da Defesa, Gilberto Echeverri e de oito militares seqüestrados em Antioquia. Na carta, o guerrilheiro considerou que a morte dos dez reféns, em 5 de maio em um acampamento selvático de Urrao (Antioquia, a mais de 400 quilômetros ao noroeste de Bogotá), foi um equívoco. - As unidades guerrilheiras estão na obrigação moral de salvar suas vidas e proteger até onde for possível a vida e a integridade física dos prisioneiros sob sua responsabilidade - expressou "Raúl Reyes" na carta, que, segundo o noticiador, foi enviada na quarta-feira passada. Ele acrescentou que a guerrilha "em nenhum caso pode deixar tirar os prisioneiros das forças inimigas sem resposta militar da guerrilha conforme os planos defensivos à sua disposição". No entanto, o líder assinalou que essa guerrilha continua interessada em trocar mais de sessenta políticos, soldados e policiais que as Farc têm seqüestrados, por quase meio milhar de guerrilheiros encarcerados nas prisões do país. "Raúl Reyes", cujo verdadeiro nome é Luis Edgar Devia, foi o principal porta-voz das Farc nas falidas negociações que esse grupo rebelde realizou durante mais de três anos com o anterior Governo de Andrés Pastrana (1998-2002), que as cancelou em fevereiro do ano passado ante uma ofensiva de atentados e seqüestros. O governador Gaviria e o ex-ministro Echeverri foram seqüestrados em 21 de abril de 2002 enquanto lideravam uma marcha pacífica nas montanhas de Antioquia. Conforme o Governo e sobreviventes, os dois funcionários e os oito membros das Forças Militares foram fuzilados pelos guerrilheiros das Farc quando tropas de elite tentavam resgatá-los. No entanto, o bloco "José María Córdoba" das Farc, que tinha os seqüestrados em seu poder, assinalou em dois comunicados enviados na semana passada que os reféns morreram supostamente em meio a fogo cruzado. A Procuradoria Geral da Nação informou na semana passada que, de acordo com as autópsias, o governador, o ex-ministro e os militares receberam tiros de fuzil AK-47 feitos de pouca distância e tinham tiros na cabeça.

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