Dos 155 médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Pernambuco, 123 aderiram à paralisação nacional de dois dias, deflagrada nesta quinta-feira para exigir segurança no trabalho. Cerca de 2.500 perícias em média por dia vão deixar de ser realizadas.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Saúde e Previdência Social em Pernambuco, Luiz Eustáquio, alertou que a situação chegou ao limite.
- Os peritos decidiram que retornam às atividades somente em dupla, isto é, dois médicos na mesma sala, enquanto a segurança deles estiver fragilizada. A população não entende que o papel do perito é o de só liberar o benefício para quem tem direito -, disse Eustáquio.
A representante da Associação Nacional dos Médicos Peritos em Recife, Flávia Melo, explicou que a decisão foi motivada por causa do assassinato, na terça-feira, de um médico perito no exercício da profissão, em Minas Gerais, que negou a concessão de auxílio doença, e também em função do não cumprimento do acordo coletivo firmado no ano passado com a Previdência Social, que estabelecia colocação de vigilantes nas portas dos consultórios, campainhas de alerta e saídas de emergência.
Ela disse que o clima de insegurança vem comprometendo a imparcialidade das decisões na concessão de auxílio doença e aposentadorias por invalidez.
- Aqui na capital pernambucana já houve muitos casos de agressão física e verbal a médicos peritos por parte de pessoas inconformadas com o término do benefício e que não querem retornar às atividades profissionais. Eu mesma já fui vítima de uma agressão por parte de uma pré-adolescente que insistia em comprovar ser doente mental -, relatou.
Na sexta-feira à noite os peritos realizam assembléia para decidir os rumos do movimento.
Rio de Janeiro, Quinta, 28 de Março de 2024
Falta de segurança faz peritos trabalharem em dupla em PE
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Publicado Quinta, 31 de Maio de 2007 às 18:54, por: CdB
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