Exposição de Manet no Museu do Prado em Madri

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Publicado Terça, 14 de Outubro de 2003 às 16:23, por: CdB

Quase um século e meio depois de sua visita ao Museu do Prado em 1865, visita esta tida como crucial para sua evolução artística, o pintor Edouard Manet volta a Madri nesta terça-feira numa grande exposição que reúne mais de uma centena de obras.

Primeira retrospectiva do pintor francês já realizada na Espanha e a maior desde as mostras promovidas em Paris e Nova York 20 anos atrás para comemorar o centenário de sua morte, a exibição "Manet no Prado" rende homenagem ao chamado "pai da modernidade", visto por muitos como o artista mais inovador de seu tempo.

A mostra pretende também estabelecer um diálogo entre Manet (1832-1883) e a chamada escola espanhola, mostrando as relações do francês com artistas como Goya ou Velázquez, que Manet qualificou de "pintor dos pintores" e que, em sua opinião, fazia Ticiano parecer inexpressivo.

As 58 pinturas e os 52 desenhos e gravuras de Manet poderão ser vistos no Museu do Prado até o próximo 11 de janeiro. As obras estão posicionadas próximas das peças da coleção permanente do museu para destacar sua relação especial com os artistas do chamado Século de Ouro espanhol.

"Eu estava no rumo certo", ponderou Manet ao retornar de sua visita ao museu de Madri em 1865, justamente quando a crítica e o público parisienses tinham se voltado contra ele.

A mostra inclui todos os gêneros cobertos por Manet - o retrato, a natureza morta, os quadros históricos e os religiosos -, e retrata desde a fase inicial do artista, com trabalhos como "O cantor espanhol", até o auge de sua carreira, com "Um bar do Folies-Bergères", quadro raramente exposto fora do Courtauld Institute of Art, de Londres.

A exposição também ressalta o Manet amigo das grandes figuras da cultura de sua época, entre eles músicos e escritores, e permite que se acompanhe a evolução de um dos artistas mais influentes do século XIX, apesar de Manet não ter recebido reconhecimento oficial em vida.

A mostra foi possível graças à colaboração de museus como o D'Orsay, de Paris, e o Metropolitan Museum of Art, de Nova York, além de mais de 30 instituições e colecionadores privados internacionais.

O Museu do Prado também organizou um ciclo de conferências sobre Manet e o século 19, e uma série de concertos dedicados ao artista francês.

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