Explosões contra alvos diplomáticos deixam dois mortos no Iraque

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Publicado Sábado, 11 de Setembro de 2004 às 10:01, por: CdB

Duas potentes explosões registradas nas proximidades de representações diplomáticas em Bagdá e Basra mataram pelo menos duas pessoas e feriram outras três neste sábado, informaram fontes policiais na capital iraquiana.

Os dois mortos estavam dentro de um veículo no momento da explosão de uma bomba caseira, que estava a cerca de cem metros da entrada do complexo onde estão os consulados dos EUA e do Reino Unido, situados em um antigo palácio do deposto presidente iraquiano, Saddam Hussein.

Os três feridos, entre os quais há uma mulher, eram pedestres que se dirigiam à porta de acesso do complexo, custodiado por tropas da Força Multinacional e em cuja entrada principal estão os soldados do pequeno contingente procedente das Ilhas Fiji.

Segundo várias testemunhas citadas pela rádio iraquiana, o veículo no qual se deslocavam as duas vítimas mortais foi literalmente destruído.

Um porta-voz militar americano contatado pela EFE em Bagdá assegurou desconhecer o fato e suas conseqüências, embora tenha acrescentado que o exército americano realiza investigações.

Enquanto isso, em Bagdá, uma potente explosão sacudiu o distrito de Al-Daura, ao sul da capital, nesta tarde.

"Foi um morteiro de 120 milímetros", disse à EFE o capitão Faruk, da delegacia de Polícia de Al-Daura e chefe das patrulhas do distrito.

O obus explodiu na margem oriental do rio Tigre, a cerca de cem metros da casa do embaixador da Austrália em Bagdá.

Poucos minutos depois do impacto, dois helicópteros de combate americanos sobrevoaram a zona, de onde nascia uma espessa coluna de fumaça, enquanto vários veículos militares fechavam os acessos à região.

Vários veículos civis abandonaram a residência do embaixador escoltados por dois tanques do exército australiano em direção a sua embaixada, que fica nas proximidades, em pleno distrito de Al Karrada.

Segundo o capitão Faruk, o ataque não deixou vítimas e provocou danos materiais pouco numerosos.

O bairro de Al-Daura é cenário freqüente de ataques com morteiro dirigidos contra a denominada "Zona Verde", recinto onde estão as embaixadas dos EUA e do Reino Unido, assim como os escritórios do governo provisório iraquiano.

"Ainda não sabemos qual foi a causa da explosão ou se era um ataque dirigido contra nós. Só recebi ordens de patrulhar a zona", disse à EFE o tenente Mitchell, do exército australiano, que, poucos minutos depois da explosão, fez uma batida pelo bairro com dois pelotões.

Por outro lado, o soldado do corpo de Informação Militar dos EUA Armin J. Cruz, de 24 anos, foi condenado hoje a oito meses de prisão pelo Conselho de Guerra que lhe julgava por conspiração e maus-tratos com prisioneiros da prisão de Abu Ghraib.

Ele também era acusado de conivência com a polícia militar dos EUA para dissimular as torturas feitas com os presos e de ter maltratado vários de seus subalternos para que eles não revelassem o que acontecia na famosa prisão das redondezas de Bagdá.

Trata-se do segundo dos sete militares americanos acusados de cometer supostas torturas e maus-tratos com prisioneiros iraquianos em Abu Ghraib, antigo centro de detenção e tortura durante o regime de Saddam Hussein.

Em maio, seu companheiro Jeremy C. Sivits, da Companhia 372 da polícia militar, foi declarado culpado de conspiração para maltratarprisioneiros, negligência em seu trabalho por não proteger os réus sob sua custódia, de crueldade e de abuso de poder.

Sivits foi sentenciado a um ano de prisão, à redução da categoria de "especialista" a soldado raso e à expulsão do exército por má conduta.

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