Evolução da taxa selic eleva o juro do cheque especial

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Publicado Terça, 25 de Janeiro de 2005 às 14:20, por: CdB

Os empréstimos para pessoa física somaram R$ 113,6 bilhões em dezembro último, com elevação de 1,1% no mês, conforme mostra o relatório de Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, divulgado hoje pelo chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Luiz Sampaio Malan.

Crescimento "modesto", no entender do economista do BC, para quem o volume de empréstimos poderia ter sido bem maior, levando-se em conta os gastos naturais de fim de ano, não fosse a elevação dos juros bancários. Mas isso é explicado em parte, segundo ele, pelo aumento dos créditos consignados em folha de pagamento, com juros bem menores.

De acordo com o relatório do BC, os juros cobrados do cheque especial, no mês passado, subiram dois pontos percentuais em relação a novembro, marcando a taxa mais alta de 2004: subiu de 142% para 144%. Isso se deu na contramão do crédito pessoal, que caiu de 73,8% para 70,8% na comparação com o mês anterior.

A rede bancária manteve a taxa média de 35,6%, cobrada desde outubro, para a aquisição de veículos por pessoa físicas; em contrapartida subiu de 62,5%, em novembro, para 66,9% os juros dos financiamentos para outros bens como eletro-eletrônicos, muito procurados no Natal e Ano Novo.

O crédito também ficou mais caro para as empresas, o que resultou na redução de 1,3% no volume de empréstimos, de R$ 158,3 bilhões, em relação ao mês anterior. Variação determinada pela redução de 7,3% nos empréstimos em moeda estrangeira, por causa da apreciação cambial (valorização do Real em relação ao dólar) de 2,8% em dezembro.

As contratações de empresas com recursos domésticos foram de R$ 112 bilhões, e revelam aumento de 1,4% no mês, em funçãoo das vendas de final de ano. Movimentação que também seria maior, não fosse o "encarecimento" dos juros para desconto de promissórias, capital de giro e conta garantida.

A única redução, no caso de pessoa jurídica, foi na cobrança de duplicatas: caiu de 40,6% para 40,5%. Em compensação, o desconto de promissórias aumentou de 49,4% para 49,6%; os empréstimos para capital de giro evoluíram de 35,9% para 36,7%; e os custos da conta garantida foram de 65,7% para 66,5%.

Isso, apesar de a inadimplência da carteira de crédito com recursos livres haver caído 0,5 ponto percentual em média no mês, de 7,2% para 6,7%. Atingiu 11,7% nas operações para pessoa física (o menor índice desde fevereiro de 2001), com redução de 1,2 ponto percentual, por causa da liquidação de dívidas com o décimo terceiro salário. Quanto à pessoa jurídica, a redução foi menor: de 3,2%, em novembro, para 3,1%, em dezembro.

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