Europeus exigirão participação da ONU na reconstrução do Iraque.

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Publicado Sexta, 04 de Abril de 2003 às 06:50, por: CdB

Os ministros das Relações Exteriores da França, da Alemanha e da Rússia se encontram em Paris nesta sexta-feira para discutir o futuro do Iraque depois do fim da guerra, que já dura 16 dias. Os chanceleres Dominique Villepin (França), Joschka Fischer (Alemanha) e Igor Ivanov (Rússia) devem exigir que a ONU (Organização das Nações Unidas) tenha um papel central na reconstrução do Iraque. A declaração final do encontro deve ser uma resposta ao secretário de Estado americano, Colin Powell, que afirmou na quinta-feira que a coalizão que comanda a guerra no Iraque deve comandar também o processo de reconstrução do país. Uma outra declaração que voltou a esfriar as relações entre americanos e o grupo antiguerra veio do próprio primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, que criticou duramente a ação americana no Iraque. No encontro desta sexta-feira, a França deve ter que armar seu jogo diplomático com muito cuidado, segundo a correspondente da BBC em Paris, Emma Jane Kirby. O governo francês não quer que a ONU aprove uma resolução que acabe legitimando a guerra, mas o país quer voltar a se aproximar dos EUA e também tem interesses comerciais na região. Os franceses querem evitar que empresas americanas dominem a reconstrução do Iraque. Correspondentes da BBC presentes no encontro dos chanceleres da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na quinta-feira disseram que surgiram várias diferenças sobre o futuro do Iraque depois da guerra. O secretário americano Colin Powell deixou claro nesse encontro que o comando da reconstrução deve ficar com os americanos, mas afirmou que a ONU também deve ter um papel importante. Alguns países europeus discordaram. Em entrevista ao jornal francês Le Figaro nesta sexta-feira, Powell afirmou que o papel da ONU deve ser de supervisionar a ajuda humanitária e a instalação do governo interino. O secretário americano também disse que já é hora de haver uma reconciliação entre os Estados Unidos e os países europeus que se opõem à guerra.

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