Uma enorme mancha de petróleo causada pelo vazamento em um poço submarino do golfo do México continua avançando nesta segunda-feira na direção da costa sul dos EUA, enquanto o governo do presidente Barack Obama pressiona a empresa BP a controlar o problema.
Fortes ventos seguem empurrando o óleo na direção do continente, e os possíveis prejuízos ambientais e econômicos cresceram ainda mais.O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo que a enorme mancha de petróleo que se aproxima da costa sul do país tem potencial para ser um desastre ambiental “sem precedentes”.
– O petróleo que ainda está vazando do poço pode provocar danos graves à economia e ao meio ambiente dos nossos Estados no Golfo do México. Isso pode se estender por um longo tempo e pode atrapalhar a vida de milhares de americanos que chamam este lugar de lar –, afirmou.
Obama fez as declarações durante visita a Venice, no Estado da Louisiana, o primeiro a ser atingido pela mancha, para acompanhar os trabalhos de contenção do petróleo.
O vazamento começou depois que uma plataforma de perfuração de petróleo explodiu e afundou no mar, no último dia 20 de abril, deixando 11 mortos.
Triplicada
Obama responsabilizou a empresa petroleira britânica British Petroleum (BP), que operava a plataforma, pelo desastre e pelo vazamento.
– A BP vai pagar a conta –, afirmou.
Segundo o presidente, a mancha agora está a apenas 14 km da costa do sudeste da Louisiana.
Flórida, Mississippi e Alabama também estão ameaçados e já declararam estado de emergência.
No sábado, uma análise de imagens de satélite feita por cientistas da Universidade de Miami concluiu que a mancha triplicou de tamanho entre os dias 26 e 29 de abril.
Ainda neste domingo, as autoridades americanas suspenderam por dez dias toda a pesca nas águas federais afetadas pela mancha.
A Louisiana é uma das maiores fontes da indústria pesqueira do país, além de abrigar centenas de espécies de animais selvagens.
Acredita-se que o equivalente a até 5 mil barris de petróleo estejam vazando para o mar a cada dia.
Ventos fortes e águas agitadas estão dificultando os trabalhos para controlar o desastre.
A Guarda Costeira tenta conter o avanço da mancha usando milhares de metros de barreiras absorventes colocadas no mar do Golfo do México, mas as marés estão empurrando a barreira para a costa.
O mau tempo ainda impediu a ajuda de embarcações pequenas e de aviões militares, destacados para pulverizar substâncias químicas que ajudam a dispersar o petróleo.
BP
A empresa britânica British Petroleum (BP), que operava a plataforma de perfuração, vem sendo fortemente criticada pela maneira como respondeu ao incidente.
O secretário do Interior americano, Ken Salazar, disse neste domingo que seu papel é “manter a corda no pescoço da BP”.
– Eles têm que assumir suas responsabilidades, tanto legais quanto contratuais, para avançar e conter esse vazamento –, afirmou.
Segundo Salazar, medidas definitivas para controlar a situação demorariam até três meses para serem implementadas.
A empresa disse que já começou a usar substâncias dispersantes debaixo d’água, em uma tentativa de interromper o vazamento em sua fonte.
A BP afirmou ainda que despachou veículos operados por controle remoto para tentar fechar a válvula submarina por onde está saindo o petróleo, mas ainda sem sucesso.
Ainda segundo a petroleira, qualquer medida temporária efetiva levará até uma semana para ser colocada em prática.