EUA: plano de deportação de Trump pode reduzir 2% do PIB, diz estudo

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Publicado Quinta, 05 de Maio de 2016 às 09:07, por: CdB

A pesquisa acrescentou que descartar estes trabalhadores poderia deixar milhões de vagas desocupadas devido à falta de empregados legais dispostos a realizá-las

Por Redação, com Reuters - de Washington:

A promessa do pré-candidato presidencial republicano Donald Trump de deportar todos os imigrantes ilegais dos Estados Unidos se for eleito presidente pode fazer a economia encolher cerca de 2 %, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo centro de pesquisas conservador American Action Forum.

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Cerca de 6,8 dos mais de 11 milhões de imigrantes vivendo nos EUA ilegalmente estão empregados

O estudo reforça as preocupações com as propostas políticas do virtual indicado do partido para a Casa Branca, que vão do descarte de acordos comerciais internacionais à construção de um muro na fronteira norte-americana com o México e a uma proibição temporária à entrada de muçulmanos nos EUA.

Cerca de 6,8 dos mais de 11 milhões de imigrantes vivendo nos EUA ilegalmente estão empregados, segundo estatísticas do governo. Expulsá-los poderia causar uma queda de algo entre US$ 381,5 e US$ 623,2 bilhões na produção do setor privado, afirmou a entidade sem fins lucrativos sediada em Washington em sua análise.

A pesquisa acrescentou que descartar estes trabalhadores poderia deixar milhões de vagas desocupadas devido à falta de empregados legais dispostos a realizá-las. Entre os setores com os índices mais altos de trabalhadores irregulares estão agricultura, construção e hospedagem, de acordo com o estudo.

– As coisas que Donald Trump vêm dizendo são absolutamente impraticáveis – opinou Douglas Holtz-Eakin, presidente do fórum e principal conselheiro de economia de John McCain na campanha presidencial do senador em 2008.

Trump, que na prática garantiu a nomeação republicana nesta semana após a desistência dos rivais Ted Cruz e John Kasich, pediu a deportação de qualquer pessoa vivendo ilegalmente nos EUA, argumentando que os trabalhadores estrangeiros comprimem os salários e contribuem para o desemprego.

Essa postura desencadeou críticas fortes de líderes empresariais como os irmãos Koch, bilionários conservadores, e de defensores dos direitos humanos, mas também atraiu o apoio entusiasmado de muitos eleitores.

Cerca de 52,6 %  dos entrevistados de uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada em setembro disseram que querem ver a maioria ou todos os imigrantes ilegais serem deportados, comparados com 34,6 %  que desejam que a maioria ou todos permaneçam.

Estima-se que a economia dos EUA irá produzir o equivalente a US$ 18,7 trilhões em bens e serviços em 2016, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), e uma perda de US$ 400 bilhões na produção equivaleria a cerca de 2% dessa cifra.

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