EUA não querem instalar novas bases na África, diz Bush

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Publicado Quarta, 20 de Fevereiro de 2008 às 10:15, por: CdB

Presidente dos EUA, o conservador George W. Bush garantiu aos africanos, nesta quarta-feira, que seu país não pretende instalar novas bases militares no continente e descartou a possibilidade de haver uma disputa com a China em torno da região. Em declarações feitas em Gana, na terceira escala de uma viagem na qual deve percorrer cinco países africanos, Bush disse que o comando militar dos EUA para a África (o Africom), criado no ano passado, visava ajudar os líderes africanos a resolver as crises enfrentadas no continente e não visava intensificar a presença militar dos Estados Unidos na região.

– Não planejamos instalar novas bases. Sei que há rumores a esse respeito em Gana: 'O que Bush quer é nos convencer a permitirmos a instalação de uma grande base militar aqui'. Isso é bobagem. Ou, como dizemos no Texas, isso é 'bull' (forma abreviada da expressão 'bullshit', literalmente 'excremento de boi', mas que significa 'papo furado' – afirmou Bush, em uma entrevista coletiva concedida ao lado do presidente ganense, John Kufor.

O governo Bush criou o Africom com o objetivo de tornar o continente um local mais seguro. A África figura atualmente entre os grandes fornecedores de petróleo dos EUA. Inicialmente, autoridades norte-americanas referiram-se a um plano para levar o quartel-general do Africom para aquele continente. Mas a oposição dos países africanos fez com que os EUA mudassem de estratégia.

Bush disse que seu país ainda cogita abrir "algum tipo de escritório" para representar o Africom no continente.

– Ainda não nos decidimos a esse respeito. Essa é uma idéia nova – afirmou.

Já há uma base dos EUA com 1,8 mil soldados em Djibuti. Bush disse que os EUA e a China, cuja influência crescente sobre a África é vista por diplomatas do Ocidente como prejudicial para os esforços de combate à corrupção e à incompetência de governos da região, poderiam aproveitar as oportunidades oferecidas pelo continente sem entrar em conflito.

A China ampliou seus investimentos na África, nos últimos anos, em troca de ter acesso ao petróleo, a metais e outras matérias-primas da região, produtos esses de que carece para alimentar sua economia, atualmente em rápida expansão.

– Não acho que a África seja uma conta de soma zero para a China e os EUA. Acho que podemos observar nossas agendas sem alimentar um grande sentimento de competição. Se eu vejo a China como um competidor implacável no continente africano? Não, não vejo – afirmou Bush.

Na quinta-feira, Bush visita a Libéria (a primeira república da África, formada em 1847 por escravos norte-americanos libertados). O país já se ofereceu para ser sede do Africom.

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