Os passageiros provenientes da Europa e de outros países tiveram que ser fotografados e deixar suas impressões digitais ao chegar aos aeroportos dos Estados Unidos na quinta-feira, devido a uma nova medida para fiscalizar melhor as fronteiras norte-americanas.
As restrições se aplicam a 27 países cujos cidadãos não precisam de vistos para uma curta permanência nos EUA. Estão incluídos Grã-Bretanha, França e Alemanha, além de Austrália, Japão, Nova Zelândia e Cingapura.
A maioria dos passageiros disse que não se sentiu incomodada com os novos procedimentos de segurança.
- Foi rápido - disse Gael Colloc'h, um francês que chegava ao Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York.
- É normal que haja controles quando você chega a um país - disse ele, acrescentando que talvez os norte-americanos que fossem à França devessem ser submetidos às mesmas exigências.
As medidas de segurança tomadas depois dos ataques de 11 de setembro, que mataram quase 3.000 pessoas, causaram filas e atrasos em aeroportos e portos. A providência que entrou em vigor na quinta-feira - em aeroportos, portos e nos 50 postos terrestres de fronteira mais movimentados do país - é a extensão de um programa iniciado em 5 de janeiro, que exige que qualquer um que chegue aos EUA com visto, exceto diplomatas, deixe suas impressões digitais e seja fotografado no aeroporto.
A obrigação irritou as autoridades brasileiras, que passaram a exigir a mesma coisa dos norte-americanos que chegassem ao país, causando filas e críticas.
As autoridades norte-americanas dizem que as novas precauções vão tomar cerca de 15 segundos de cada passageiro, e que podem evitar um ataque como o de 11 de setembro de 2001, já que fornecem às autoridades de segurança um registro mais completo de quem entra no país.
- Está tranquilo. Não há problemas - disse o porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Garrison Courtney.
- Os Estados Unidos querem permanecer um país aberto aos visitantes e turistas, mas depois do 11 de setembro compreendemos que há a necessidade de um sistema melhor para garantir que as pessoas estão cumprindo as leis de visto - disse ele desde Washington.
A nova medida vai atingir cerca de 13 milhões de visitantes por ano. O secretário da Justiça dos EUA, John Ashcroft, disse a repórteres na Holanda, depois de um encontro com ministros da União Européia, que os Estados Unidos não têm interesse em atrasar a vida dos viajantes.
- Os EUA se preocupam profundamente com o modo como são vistos pelo povo da Europa - disse Ashcroft.
Desde janeiro, cerca de 280 pessoas foram detidas por causa de suspeitas de violações da imigração ou criminais, devido ao sistema de verificação. Mas o sistema não deteve nenhum suspeito de terrorismo, disseram autoridades dos EUA.
Os 27 países afetados são Andorra, Austrália, Áustria, Bélgica, Grã-Bretanha, Brunei, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Liechtenstein, Luxemburgo, Mônaco, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, San Marino, Cingapura, Eslovênia, Espanha, Suécia e Suíça.