Cerca de mil soldados americanos estão a caminho da Ásia Central, no primeiro grande movimento de forças terrestres da campanha contra o terrorismo. A 10ª Divisão de Montanhas deixou a base em Nova York, com destino ao Uzbequistão nesta sexta-feira, mas poderá enfrentar oposição à permanência com a decisão do governo daquele país de não permitir qualquer ataque ao solo afegão a partir de suas fronteiras.
O objetivo é providenciar proteção para possíveis operações militares americanas no país vizinho, o Afeganistão. A informação foi divulgada por um dos integrantes da comissão que está viajando junto com o secretário de Defesa americano, Donald Rumsfeld, a países do Oriente Médio e da Ásia Central.
Coalizão
Rumsfeld está iniciando uma visita ao Uzbequistão, como parte dos esforços americanos e britânicos para consolidar a coalizão internacional contra o terrorismo.
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, chegou nesta sexta-feira ao Paquistão. Rumsfeld já passou por Omã, Arábia Saudita e Egito.
Segundo Donald Rumsfeld, os encontros com líderes árabes foram apenas consultas e não negociações a respeito de uma ação específica ou apoio a operações militares.
Rumsfeld: apenas consultas
Autoridades americanas confirmaram que os governos da Arábia Saudita, de Omã e do Uzbequistão tiveram dúvidas quanto a deixar seus territórios serem usados no caso de um ataque contra Osama Bin Laden – apontado pelos Estados Unidos como o principal suspeito de ser responsável pelos atentados de 11 de setembro.
Rumsfeld afirmou, depois de um encontro com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, que o governo americano estava satisfeito com cada país colaborando em sua maneira para a coalizão.
Mubarak disse aos jornalistas que os soldados egípcios não iriam se juntar à ação militar, mas garantiu o apoio do país à coalizão contra o terrorismo.
Os uzbeques, por outro lado, podem providenciar ajuda mais prática para os americanos, permitindo que os Estados Unidos usem rotas terrestres e bases aéreas.
Os Estados Unidos já reuniram 30 mil militares do Exército, 350 aviões e dois porta-aviões para a região do Golfo Pérsico. Mais grupos estão a caminho.
Um porta-aviões britânico também está na área, participando de exercícios militares em Omã.