EUA contestam na OMC subsídios europeus à Airbus

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Publicado Quarta, 06 de Outubro de 2004 às 16:31, por: CdB
O governo dos Estados Unidos apresentou nesta quarta-feira uma queixa formal na OMC (Organização Mundial do Comércio) para tentar barrar os subsídios pagos por membros da União Européia aos fabricantes da empresa européia de aviões Airbus.

O representante de comércio americano, Robert Zoellick, afirmou que é injusto a Airbus continuar recebendo dinheiro público, já que passou a ser maior do que sua concorrente americana, a Boeing.

Segundo Zoellick, alguns governos europeus vêm falando há 35 anos que a Airbus é uma empresa menor, que precisa de apoio, para assim justificar subsídios de bilhões de dólares.

O representante americano ressaltou que mesmo que algum dia a lógica tenha sido válida, esse período já passou, já que hoje a Airbus detém 50% do mercado da aviação comercial de grande porte. "Isso é questão de competição justa, em condições de igualdade", disse.

Segundo Zoellick, os membros da União Européia estariam injetando U$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 18,3 bilhões) para promover o desenvolvimento do novo Airbus A380 e estariam pensando em apoiar um concorrente para o modelo 7E7 Dreamliner, recentemente lançado pela Boeing.

Reação européia

A Comissão Européia, que insiste que seu apoio é legal, afirmou que vai entrar com uma contra-queixa imediata na OMC.

"Nossa posição é de que, se houver uma queixa dos Estados Unidos, vai haver uma queixa da Europa", afirmou Arancha Gonzalez, porta-voz da União Européia.

Os Estados Unidos e a União Européia têm 60 dias para resolver a disputa antes da intervenção da OMC.

O governo americano também disse nesta quarta-feira que vai interromper um acordo firmado com a União Européia em 1992, que limita os níveis de apoio governamental para o desenvolvimento da aviação civil.

Porém, segundo a União Européia, o apoio financeiro concedido à Airbus está em conformidade com os termos do acordo.

O bloco europeu acusa os Estados Unidos de fornecer apoio indireto à Boeing por meio da Nasa (agência espacial americana) e de programas militares.

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