O representante de comércio americano, Robert Zoellick, afirmou que é injusto a Airbus continuar recebendo dinheiro público, já que passou a ser maior do que sua concorrente americana, a Boeing.
Segundo Zoellick, alguns governos europeus vêm falando há 35 anos que a Airbus é uma empresa menor, que precisa de apoio, para assim justificar subsídios de bilhões de dólares.
O representante americano ressaltou que mesmo que algum dia a lógica tenha sido válida, esse período já passou, já que hoje a Airbus detém 50% do mercado da aviação comercial de grande porte. "Isso é questão de competição justa, em condições de igualdade", disse.
Segundo Zoellick, os membros da União Européia estariam injetando U$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 18,3 bilhões) para promover o desenvolvimento do novo Airbus A380 e estariam pensando em apoiar um concorrente para o modelo 7E7 Dreamliner, recentemente lançado pela Boeing.
Reação européia
A Comissão Européia, que insiste que seu apoio é legal, afirmou que vai entrar com uma contra-queixa imediata na OMC.
"Nossa posição é de que, se houver uma queixa dos Estados Unidos, vai haver uma queixa da Europa", afirmou Arancha Gonzalez, porta-voz da União Européia.
Os Estados Unidos e a União Européia têm 60 dias para resolver a disputa antes da intervenção da OMC.
O governo americano também disse nesta quarta-feira que vai interromper um acordo firmado com a União Européia em 1992, que limita os níveis de apoio governamental para o desenvolvimento da aviação civil.
Porém, segundo a União Européia, o apoio financeiro concedido à Airbus está em conformidade com os termos do acordo.
O bloco europeu acusa os Estados Unidos de fornecer apoio indireto à Boeing por meio da Nasa (agência espacial americana) e de programas militares.