EUA absolvem militar em caso de massacre no Iraque

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Publicado Quinta, 05 de Junho de 2008 às 06:58, por: CdB

Um fuzileiro naval norte-americano foi absolvido por uma corte marcial nos Estados Unidos de tentar acobertar o assassinato de 24 iraquianos desarmados na cidade de Haditha, ao noroeste de Bagdá, em novembro de 2005.

O tenente Andrew Grayson, de 27 anos, foi o primeiro de três fuzileiros navais a serem julgados pelo caso, o maior processo penal militar dos Estados Unidos envolvendo a morte de civis no Iraque.

Grayson foi acusado de obstruir o trabalho da Justiça e de fazer afirmações falsas. Segundo a promotoria, ele tentou acobertar o massacre ao dar ordens para que um outro fuzileiro naval apagasse fotos dos corpos de um computador e de uma câmera digital.

A defesa alegou que a investigação foi comprometida por causa da intensa pressão e escrutínio da mídia.

Ele foi absolvido depois de um julgamento de cinco dias em Camp Pendleton, uma base militar na Califórnia. Seus familiares e amigos comemoraram no tribunal.

'Massacre'

O incidente de Haditha já foi descrito como a pior atrocidade cometida pelas forças norte-americanas no Iraque.

A explosão de uma bomba na beira de uma estrada, que causou a morte de um fuzileiro naval, teria provocado uma reação violenta de seu esquadrão. Cinco iraquianos foram mortos no local. Em seguida, os soldados passaram de casa em casa matando mais 19 iraquianos, incluindo mulheres e crianças.

Os soldados afirmam que estavam reagindo a fogo inimigo e que os civis iraquianos morreram ao serem pegos em uma troca de tiros entre os soldados e insurgentes.

O caso não foi investigado até janeiro de 2006, quando surgiu um vídeo filmado por um ativista de direitos humanos com imagens que seriam dos locais dos crimes. Uma investigação jornalística feita pela revista Time sugeriu que a maioria dos iraquianos foi morta pelos fuzileiros depois da explosão e, em março de 2006, uma investigação criminal foi iniciada.

Os promotores têm tido dificuldades para iniciar ações criminais em conexão com o massacre em Haditha.

Inicialmente, oito militares foram acusados pelo caso. Cinco das acusações foram retiradas, e dois fuzileiros ainda serão julgados.

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