Estudo mapeia ligação entre celulares e tumores

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Publicado Quarta, 14 de Outubro de 2009 às 09:17, por: CdB

Estudos que tentam descobrir se telefones celulares podem provocar câncer, principalmente tumores cerebrais, variam em qualidade e pode haver um certo preconceito naqueles que mostram algum risco, disseram pesquisadores nesta terça-feira.

Até agora é difícil demonstrar qualquer ligação, embora os melhores estudos sugiram alguma associação entre o uso de celular e o câncer, descobriu a equipe liderada pelo médico Seung-Kwon Myung, do Centro Nacional de Câncer da Coreia do Sul.

Myung e colegas da Ewha Womans University e do Hospital Universitário Nacional, em Seul, além da Universidade Berkeley da Califórnia, examinaram 23 estudos publicados de mais de 37 mil pessoas, e descobriram que os resultados costumam depender de quem conduz o estudo e como os pesquisadores lidam com o preconceito e outros erros.

– Achamos uma grande discrepância na associação entre o uso de telefone celular e o risco de tumor por grupo de pesquisa, que é confundida com a qualidade metodológica da pesquisa –, escreveram no Journal of Clinical Oncology.

O uso de celulares e de telefones sem fio explodiu nos últimos 10 anos para estimados 4,6 bilhões de assinantes no mundo todo, segundo o International Telecommunication Union, agência da ONU.

As pesquisas não conseguiram estabelecer nenhuma relação clara entre o uso de aparelhos e vários tipos de câncer. O último estudo, apoiado em parte pelos Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, examinou casos envolvendo tumores cerebrais e outros, incluindo tumores de nervos faciais, glândulas salivares e de testículos. Não encontrou uma associação significativa entre o risco de tumores e o uso de celulares e de telefones sem fio.

A equipe de Myung disse que oito estudos que empregaram métodos de "alta qualidade" para evitar que os participantes sejam cegados por preconceitos descobriram um risco brando de tumores entre pessoas que usaram celulares em comparação com as que nunca usaram ou que usam raramente.

Um risco crescente de tumores benignos também foi detectado entre as pessoas que usavam os telefones por uma década ou por mais tempo.

Os estudos de "alta qualidade" foram financiados pelo sueco Work Environment Fund, o Orebro Cancer Fund e o Orebro University Hospital Cancer Fund, disse a equipe de Myung.

Ao contrário, os estudos que usaram métodos de "baixa qualidade" para extirpar o preconceito descobriram que usuários de celulares tinham menos riscos de desenvolver tumores do que as pessoas que nunca usavam os aparelhos.

Entre os financiadores destes estudos estão dois grupos industriais, o Mobile Manufactures Forum e o Global System for Mobile Communication Association.

No final, os estudos examinados não são amplos o bastante para lançar luz sobre se o uso de celulares pode provar tumores.

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