Estudantes protestam contra fecho de cantina da Universidade de Lisboa

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Publicado Segunda, 10 de Dezembro de 2012 às 09:04, por: CdB

Três dezenas de estudantes universitários estão, neste momento, concentrados na cantina nova da Universidade de Lisboa (UL) e prometem continuar até que algum representante da reitoria do ISCTE apareça no local. A reitoria da UL anunciou recentemente o fecho da cantina no final do ano, medida que deixará milhares de alunos, sobretudo do ISCTE, sem acesso a este serviço público. O deputado bloquista Luís fazenda esteve presente, solidarizando-se com o protesto. Artigo |10 Dezembro, 2012 - 15:54 Os estudantes prometem ficar na cantina até o reitor do ISCTE, Luís Reto, se deslocar ao local para ouvir o protesto. Foto de Paulete Matos.

Por volta do meio-dia desta segunda-feira, um grupo de estudantes concentrou-se na chamada cantina nova da Universidade de Lisboa, na Av. das Forças Armadas, que deverá encerrar no final do ano, conforme o anúncio feito pela reitoria da UL. Representantes das associações académicas dizem que não foram ouvidos e ameaçam ficar dentro da cantina até que algum membro da reitoria do ISCTE-IUL se desloque ao local.

A concentração foi convocada pelo Movimento Artigo 74º, coletivo que surgiu após a Greve Geral de 14 de novembro e que é composto por estudantes de várias escolas e universidades, com percursos pessoais e políticos diferentes e que reivindicam o Direito à Educação.

João Mineiro, da Associação Académica do ISCTE, assegurou que “a decisão foi tomada nas costas dos estudantes”, já que, “em nenhum momento do processo, a AA foi ouvida”. A representar a Associação Académica da Universidade de Lisboa, José Pereira considerou o fecho da cantina “uma solução errada” e destacou a “política de não negociação do reitor do ISCTE”, cita o jornal Público.

Os estudantes prometem ficar na cantina até o reitor do ISCTE, Luís Reto, se deslocar ao local para ouvir o protesto.

Durante a hora de almoço, o chefe de gabinete do reitor da Universidade de Lisboa esteve no local e discutiu a questão com os manifestantes. “Fizemos todos os esforços para envolver os alunos do ISCTE”, afirmou.

O representante do reitor disse que o fecho da cantina “não é um dado absoluto”, mas perante as questões dos manifestantes preferiu destacar o programa de alimentação que "prevê um aumento do número de refeições disponibilizadas aos alunos e que servirá de alternativa ao encerramento da cantina".

Sobre o despedimento das funcionárias da cantina, que pertencem a uma empresa privada, o representante do reitor considerou “essa abordagem" como "uma forma de inclinar a questão” e vincou: “Não é uma questão que esteja em cima da mesa."

Cantina serve maioritariamente os estudantes do ISCTE que não têm alternativas

Nos últimos dias, a UL anunciou o reforço do “Programa Alimentação”, devido à situação de “extraordinária crise” que afeta os estudantes, afirmando que serão servidas ao preço da cantina refeições em todos os bares e refeitórios concessionados.

Este programa implica, contudo, o encerramento da cantina nova, uma vez que, segundo estudo da reitoria da UL, esta serve maioritariamente estudantes de outra academia, o ISCTE. Os 9 mil estudantes desta instituição terão como única alternativa a única cantina do ISCTE que tem apenas 70 lugares.

Ao protesto juntou-se ainda, em solidariedade, o deputado do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda, que sublinhou o “desentendimento” entre as universidades e descreveu o fecho da cantina como uma “punição” que ocorreu porque “uma instituição não quer e a outra não pode”.


A cantina nova da UL ocupada. Foto de Paulete Matos.

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