Estádios da Copa estão dentro do cronograma, mas custos sobem

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Publicado Quarta, 04 de Abril de 2012 às 04:26, por: CdB
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Cinco dos 12 estádios da Copa do Mundo de 2014 estão com mais de 50% das obras concluídas a pouco mais de dois anos do início da competição, segundo levantamento do governo federal divulgado nesta terça-feira. Porto Alegre, com apenas 20% das obras executadas, é a sede mais atrasada. O andamento de todas as obras é considerado "dentro do cronograma de trabalho estabelecido" pelo governo federal, apesar dos problemas enfrentados pelo Beira-Rio, que teve as obras retomadas apenas no mês passado após nove meses de paralisação por um problema entre o Internacional, dono do estádio, e a construtora responsável. Além da capital gaúcha, Natal é a outra cidade-sede com mais trabalho a fazer pela frente. A Arena das Dunas tem 20,56% de suas obras realizadas e a previsão de conclusão é dezembro de 2013, apenas seis meses antes do início do Mundial. Fortaleza (60,44%), Belo Horizonte (55%), Salvador (55%) Brasília (54% e Curitiba (52%) são as cidades que já concluíram ao menos metade das obras de reforma ou construção para a Copa de 2014, segundo dados fornecidos por autoridades das cidades ao governo federal. O Maracanã, palco da final da Copa e que passa por uma reforma completa, está com 39% da obra concluída, enquanto o estádio do Corinthians, que receberá o jogo de abertura do Mundial em São Paulo no dia 12 de junho de 2014, tem 30% das obras executadas. Se o governo considera as obras dos estádios dentro do cronograma -ao contrário do que se vê nas obras de infraestrutura-, o custo total das construções das arenas mais do que triplicou em relação a previsão inicial de 2007, quando o Brasil foi oficializado como sede. A estimativa oficial atual de R$6,7 bilhões (US$3,68 bilhões) está bem acima dos 1,4 bilhão de euros (US$1,87 bilhão) gastos pela Alemanha em seus 12 estádios para a Copa de 2006 e é mais que o dobro que o US$1,48 bilhãoque a África do Sul gastou em 10 arenas dois anos atrás. - Não entendo como um estádio no Brasil precisa custar R$500 milhões enquanto há exemplos de estádios construídos em outras partes do mundo com 40.000 ou 50.000 lugares que custaram menos da metade - disse Amir Somoggi, diretor da área de consultoria esportiva da BDO Brazil, uma empresa de auditoria. Só a reforma do Maracanã vai custar mais de R$1 bilhão ao governo do Rio de Janeiro, num estádios que já tinha passado por reformas para o Mundial de Clubes da Fifa de 2000 e os Jogos Pan-Americanos de 2007. A necessidade detectada somente durante as obras de construir uma nova cobertura para o estádio aumentou ainda mais os custos previstos para a reforma. Outro problema é a utilização de alguns estádios após a Copa. Em Cuiabá, por exemplo, que não tem nenhum clube de expressão no futebol nacional, o novo estádio vai custar R$520 milhões para receber apenas quatro jogos da primeira fase da Copa. Manaus está gastando mais de R$533 milhões numa nova arena, apesar de seu melhor clube estar apenas na quarta divisão do Campeonato Brasileiro. As obras dos estádios tem financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com taxa de juros subsidiadas, de até R$400 milhões ou o limite de 75% do valor total da arena. O restante do valor é de responsabilidade dos donos dos estádios - em nove deles os governos estaduais.
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