O esqueleto de uma suposta vítima da ditadura de Augusto Pinochet foi encontrado, neste sábado, na cidade de Antofagasta, 1.368 quilômetros ao norte de Santiago, informaram fontes parlamentares e policiais.
Segundo afirmou à Rádio Cooperativa, o deputado radical de centro-esquerda Alberto Robles recebeu uma ligação anônima informando terem sido encontrados restos pertencentes a oito detidos desaparecidos.
No entanto, Robles foi ao local e só encontrou o esqueleto de uma pessoa, além de indícios de remoção dos outros esqueletos humanos.
– A denúncia foi feita a mim, fui ao local e, efetivamente, encontramos restos de um corpo e vestígios de que outros oito foram removidos do local – declarou o parlamentar.
Além disso, afirmou ter certeza que são esqueletos de detidos desaparecidos, que, nos últimos meses, teriam sido desenterrados por alguém.
– Há sacos que demonstram ter sido removidos – acrescentou.
O esqueleto foi encontrado três dias depois de oito generais reformados, os segundos no comando do Exército entre 1978 e 1990 e próximos a Pinochet, admitirem, em uma declaração, que os direitos humanos no Chile foram violados durante a ditadura (1973-1990).
Na declaração, também condenaram as exumações ilegais realizadas por militares nas décadas de 70 e 80.
Os enterros clandestinos e as exumações ilegais representam algumas das “verdades pendentes” em relação aos direitos humanos no Chile, que teriam sido utilizadas para ocultar a descoberta em massa de vítimas, depois do retorno da democracia em 1990.
Atualmente, os tribunais investigam seis processos por remoção de corpos em diferentes partes do país.
Segundo o relatório Rettig, que em 1991 documentou as violações dos direitos humanos durante a ditadura, no Chile foram registradas 3.197 vítimas, sendo 1.192 detidos desaparecidos.