Erdogan usa o EI em seus próprios interesses, diz deputada turca

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Publicado Segunda, 15 de Fevereiro de 2016 às 08:44, por: CdB

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, usa o grupo terrorista Estado Islâmico como um instrumento contra curdos, declarou a deputada do parlamento turco Selma Irmak

  Por Redação, com Sputnik Brasil - de Ancara:   Selma Irmak opinou que Erdogan aproveita o grupo terrorista como um instrumento da sua politica no Oriente Médio e, em particular, como um instrumento contra os curdos, argumentando a sua opinião por provas existentes de ligações entre a chefia turca e o Estado Islâmico.

– Erdogan usa o Estado Islâmico contra curdos. Erdogan não pode diretamente enviar o exército turco para o Curdistão sírio, mas pode usar o EI como um instrumento contra os curdos… porque ele tem em mente o grande Império Otomano. Este é um dos sonhos de Erdogan – disse.

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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan

A deputada turca do Partido Democrático dos Povos (HDP, na sigla em turco) notou que o grupo terrorista nunca atacou posições da Turquia nem assumiu responsabilidade por atentados em cidades turcas.

– O Estado Islâmico nunca atacou posições turcas. E nunca assumiu a responsabilidade por atentados em cidades turcas. Houve três atentados sérios (em 2015), em Diarbaquir, Suruc e Ancara. Em todos os atentados ficaram feridos curdos e membros da oposição que apoiam os curdos – sublinhou.

Segundo ela, existem também vários sinais da existência de ligações entre as autoridades turcas e militantes islamistas que combatem na Síria e no Iraque. Por exemplo, os militantes feridos recebem tratamento médico na Turquia e documentos, eles têm campos de treinamento no país.

– Há muitos exemplos de que a Turquia oferece certas oportunidades ao Estado Islâmico… Todos os militantes entram e saem do EI através da Turquia – especificou. A mesma situação favorável aos terroristas do grupo terrorista Estado Islâmico acontece também no mercado do petróleo, e o governo turco está bem informado sobre este fato.

– O Estado claramente tem conhecimento de tudo isso. Especialmente tendo em conta que tal acontece sob o controle e proteção da polícia – divulgou Selma Irmak.

Cabe mencionar que, em dezembro, as autoridades turcas introduziram o toque de recolher em várias regiões no sudeste do país habitadas por curdos, inclusive nas cidades Diarbaquir, Cizre e Silopi, na província de Sirnak, bem como em Dergecit e Nusaybin, na província de Mardin.

Segundo os dados do Estado-Maior da Turquia, desde meados de dezembro nos bairros onde está sendo realizada a operação antiterrorista foram eliminados 850 militantes curdos. Por seu turno, ativistas curdos declaram que a maioria dos mortos são civis.

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