Entrevista: José Messias de Souza

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Publicado Quarta, 18 de Abril de 2012 às 06:58, por: CdB

Na série de entrevistas de administradores regionais à AGÊNCIA BRASÍLIA, Messias de Souza ressalta o caráter democrático da comemoração do aniversário da cidade e destaca a importância de estar próximo à comunidade para atender suas demandas

Thais Antonio, da Agência Brasília

A Administração Regional de Brasília vai homenagear cidadãos que contribuem com o desenvolvimento social da cidade no próximo dia 21. Esse é um dos eventos da extensa programação do 52º aniversário de Brasília. O administrador da cidade, José Messias de Souza, ressaltou o caráter democrático das atrações. “A programação é de toda a cidade, não apenas do Plano Piloto”, destacou.
 
Formado em Direito, Messias de Souza veio de Alagoas para Brasília em 1985. Contabiliza no currículo cargos como chefe de gabinete do Ministro da Coordenação Política do governo Lula, assessor especial do ministro da Fazenda Guido Mantega e secretário de Desenvolvimento Social do governo Cristovam Buarque. Ele assumiu a Administração Regional de Brasília em 1º de janeiro de 2011.
 
A sede da administração é no Setor Bancário Norte, mas Messias de Souza despacha duas vezes por semana do Parque da Cidade, para ficar mais perto da comunidade. Às vezes,  chega ao local às 6h para fazer caminhada e conversar com os usuários do parque. Foi no gabinete cercado de árvores que ele concedeu esta entrevista à AGÊNCIA BRASÍLIA. 

 
O que está programado para o aniversário de 52 anos de Brasília?
 
Teremos especialmente a 1ª Bienal Brasil do Livro como âncora dos festejos. Na semana do aniversário temos uma programação extensa, com shows, apresentações, exposições e atividades esportivas. Teremos a inauguração da reforma do Catetinho, o Circuito Mundial de Vôlei de Praia, a 6ª edição da Maratona Brasília de Revezamento, uma exposição de fotografias das capitais brasileiras, Salvador, Rio de Janeiro e Brasília, uma outra exposição importante, Memórias sob o Céu de Brasília, o Campeonato de Basquete de Rua e o Festival Latino-Americano e Africano de Arte e Cultura (Flaac). É importante lembrar que a programação é de toda a cidade, não apenas do Plano Piloto. É um trabalho com um caráter cultural, coordenado pelo Governo do Distrito Federal com a participação importante da Administração Regional de Brasília.
 
A Administração Regional de Brasília preparou alguma comemoração especial?
 
No dia do aniversário da cidade, 21 de abril, iremos homenagear personalidades que se destacaram por contribuírem com o desenvolvimento social. São pessoas que constroem a cidade no dia a dia. Entre os homenageados há ocupantes de cargos no governo, lideranças comunitárias, lideranças associativas e empresariais. Eles receberão uma placa comemorativa, em cerimônia no Parque da Cidade, um dos locais mais representativos de Brasília. 
 
Por falar em Parque da Cidade, por que o senhor optou por fazer seus despachos duas vezes por semana aqui?
 
Talvez o Parque da Cidade seja o ambiente que mais representa o espírito da cidade, porque aqui conviveram muitas gerações. O parque é um ambiente generoso, democrático, aberto a todos. Despacho aqui às quartas e sextas-feiras, para ficar mais próximo da comunidade. Percebi que a presença da Administração Regional de Brasília era uma reivindicação da comunidade que frequenta o parque. Há mais de 160 grupos organizados de usuários dessa estrutura, uma riqueza da nossa cidade. O ambiente daqui é muito bom para as reuniões e ainda tem a questão da facilidade em estacionar, um conforto para a população. Transformamos esse gabinete em uma espécie de mesa de conciliação, em que o nosso papel é promover o entendimento com bom senso para que conflitos possam se administrados com uma maior tolerância, prezando pela boa convivência. Em momentos de tensionamento, mostramos que é preciso haver limites, e
que é possível haver uma convivência harmônica porque esse é o desafio de uma cidade moderna como Brasília.
 
Como funciona a relação do senhor com a comunidade do parque?
 
Com frequência, chego mais cedo, às 6h, para caminhar. A caminhada acaba virando uma espécie de despacho com os grupos de usuários que frequentam o parque mais cedo. A nossa presença aqui acaba facilitando o contato com a comunidade, porque muitas pessoas que teriam dificuldade de ir à Administração de Brasília no horário comercial têm uma oportunidade para conversar. E é papel da Administração de Brasília promover uma maior integração social e comunitária. Vale lembrar que a maior adesão às assembleias do orçamento participativo do DF foi no Parque da Cidade, tal o número de usuários que se interessam em discutir como melhorar esse espaço. As discussões passaram por
segurança, trânsito, limpeza urbana e, por isso, consideramos que esse espaço tem facilitado muito o contato com a comunidade. O grande desafio é transformar uma cidade modernista, do ponto de vista arquitetônico, em uma cidade
moderna, do ponto de vista social e da convivência humana.
 
O senhor poderia destacar a ação mais expressiva de sua gestão?
 
Hoje há um debate fundamental sobre a mobilidade urbana. A intensa presença de automóveis na cidade é um modelo que deve ser repensado em Brasília e no Brasil. Portanto, incentivamos a construção de ciclovias, inclusive porque a nossa topografia facilita o
deslocamento de bicicletas. Tenho a satisfação de dizer que, por determinação do governador Agnelo Queiroz, que é um homem muito sensível a esses problemas da modernidade da cidade, teremos novas ciclovias até o final do ano. Nesta semana,  começaremos a construção de duas delas no Plano Piloto. Uma na Asa Norte e outra na Asa Sul. Também teremos uma no campus da Universidade de Brasília e outra na região central da cidade. As ciclovias passarão por toda a Asa Sul e Asa Norte, na Via L2, na altura nas quadras 600, com ramais para as quadras 400 até as 200. Esse já é um primeiro grande passo. No futuro queremos fazer uma similar na altura dos Eixos W para que toda a estrutura do plano possa se comunicar. Estamos incentivando alternativas como essa, porque a nossa cidade precisa se preparar para enfrentar um problema que é crônico nos dias de hoje, que é o caos no trânsito.

Foto: Pedro Ventura

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