Haddad reafirma o apoio aos países emergentes, em reunião formal do FMI

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Publicado Quinta, 18 de Abril de 2024 às 19:09, por: CdB

Em seu discurso de abertura da segunda reunião da trilha de finanças do G20, durante o encontro, Haddad falou em aumentar o peso dos países emergentes e capitalizar os bancos multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID), para financiar respostas a desafios como a crise climática e o aumento da fome.


Por Redação, com ACSs - de Washington

O Brasil vai trabalhar de maneira incansável para a taxação internacional dos mais ricos e o combate à fome, na expectativa de que um dia essas pautas possam ser incorporadas ao senso comum, disse o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, nesta quinta-feira, durante o ‘Encontro de Primavera dos Ministros das Finanças e Presidentes de Bancos Centrais’. Ele acredita que casar duas prioridades da presidência brasileira do G20 que são complementares e justas pode sinalizar para o mundo uma perspectiva de mais bem-estar e esperança.

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Haddad discursou, nesta quinta-feira, na abertura do encontro oficial do FMI, em Washington


— Falava-se muito em meritocracia e nem isso está sendo respeitado por esses mecanismos (atuais), para alcançar pessoas de classe média e pobres. E a partir do momento que você vai subindo os degraus da riqueza e da fortuna você vai escapando das malhas dos estados nacionais e vivendo quase que em uma nuvem, em um paraíso fiscal internacional que se criou. Isso tem que ser superado — afirmou o ministro.

Em seu discurso de abertura da segunda reunião da trilha de finanças do G20, durante o encontro, Haddad falou em aumentar o peso dos países emergentes e capitalizar os bancos multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID), para financiar respostas a desafios como a crise climática e o aumento da fome.

 

Banco do Brics


Tema central da reunião, a reforma da governança das instituições financeiras internacionais ocorre em um momento de tensão política. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também participou dos debates.

Em uma agenda paralela, antes da reunião começar, Haddad encontrou-se no lobby do hotel com a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), hoje presidente o New Development Bank (NDB), conhecido como Banco do BRICS.

Haddad acredita na necessidade de ampliar a representatividade de países em desenvolvimento, facilitar o acesso a financiamento e elevar a capitalização de bancos como o do BRICS.

— No centro desses esforços está a necessidade de garantir que o apoio dos bancos multilaterais de desenvolvimento seja orientado pelas prioridades nacionais de desenvolvimento, proporcionando benefícios tangíveis aos países beneficiários — acrescentou Haddad, em sintonia com as críticas de emergentes de que não conseguem usar esses recursos como desejam porque o dinheiro vem carimbado para usos específicos.

 

Retorno


O ministro afirmou que o Brasil trabalha, ainda, na formulação de um roteiro para tornar os bancos "melhores, maiores e mais eficazes". O documento será submetido para aprovação do G20 na quarta reunião do grupo, em outubro.

— Entre os componentes centrais do Roteiro do G20 está o incentivo a compromissos ambiciosos para a reposição do capital e a expansão das janelas concessionais dos bancos multilaterais de desenvolvimento. Além disso, estamos avançando nas discussões sobre o aumento geral de capital e a possível criação de um mecanismo de revisão das necessidades de capital dessas instituições, de modo a garantir que elas continuem aptas a cumprir seus mandatos e alcançar objetivos globais mais ambiciosos — resumiu.

Haddad permanece na capital norte-americana até esta sexta-feira, com retorno previsto a Brasília no fim da tarde.

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