Emergentes lideram recuperação após a crise do capitalismo mundial

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Publicado Terça, 06 de Outubro de 2009 às 09:47, por: CdB

O HSBC lançou, nesta terça-feira, um índice de mercados emergentes usando dados de 13 países para avaliar o desempenho das economias que estão liderando o mundo na saída da recessão. O índice trimestral mostrou que a produção manufatureira e de serviços cresceu no terceiro trimestre para o maior patamar desde o segundo trimestre de 2008, para 55,3, ante 50,7 no segundo trimestre.

O indicador atingiu a mínima histórica no quarto trimestre de 2008, a 43,8. O economista-chefe do HSBC, Stephen King, disse que o dado sugere uma forte recuperação dos emergentes e que eles estão liderando a recuperação mundial, diferentemente de recessões anteriores, quando os Estados Unidos puxavam a retomada.

– A recuperação nos mercados emergentes está mais forte e mais robusta do que nos países desenvolvidos. Nesse novo mundo, os EUA estão para trás e os países emergentes estão liderando – disse ele.

O fato de a recuperação nos emergentes estar sendo impulsionada pela demanda doméstica pode torná-la mais sustentável. O índice é formado pelos Brics – Brasil, Rússia, Índia e China –, República Tcheca, Israel, México, Polônia, Cingapura, África do Sul, Coreia do Sul, Taiwan e Turquia.

Sem estímulo

Diante do fim da recessão econômica no mundo, o banco central da Austrália elevou nesta terça-feira a taxa básica de juro em 0,25 ponto percentual, para 3,25%, e sinalizou que mais aumentos podem estar por vir ao dizer que é seguro retirar o estímulo, agora que o pior para a economia já passou. A decisão do BC torna a Austrália o primeiro país do G20 a elevar o juro após o afrouxamento gerado pela crise global.

Foi a primeira alta do juro australiano desde março de 2008. O BC reduziu a taxa em 4,25 pontos percentuais durante a crise. Pelos patamares históricos, a política monetária do país ainda é expansionista, segundo ressaltou o presidente do banco, Glenn Stevens, em comunicado pós-reunião.

– Com o crescimento provavelmente perto do potencial no ano à frente, com a inflação próxima da meta e com o risco de uma séria contração da economia da Austrália já para trás, a visão do conselho (do BC) é de que agora é prudente começar a diminuir gradualmente o estímulo fornecido pela política monetária – afirmou.

Na liderança

O movimento coloca a Austrália mais distante dos demais países desenvolvidos: O juro norte-americano é de 1%, enquanto na Grã-Bretanha, no Canadá e no Japão a taxa está abaixo desse nível.

– É uma surpresa, evidentemente, e aumenta a chance de que outros bancos centrais sigam o movimento talvez mais cedo do que se pensava. O primeiro da lista é a Coreia e nós vemos agora uma chance maior de um aumento (de juro) neste trimestre ao invés de no próximo, com Taiwan, talvez surpreendentemente, vindo em seguida na Ásia – disse Frederic Neumann, economista do HSBC.

No momento, os investidores estão precificando 75% de chance de uma nova alta do juro australiano em novembro, para 3,5%, e uma probabilidade razoável de a taxa chegar em dezembro a 3,75%.

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