Embrapa faz análise do solo em Mariana

Arquivado em:
Publicado Quarta, 18 de Novembro de 2015 às 10:33, por: CdB
Por Redação, com ABr - de Brasília: A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais pediu à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a recuperação dos solos agricultáveis da região de Mariana, onde as barragens Fundão e Santarém, de responsabilidade da empresa Samarco – controlada pela Vale e a BHP Billiton no distrito de Bento Rodrigues , se romperam no dia 5 deste mês. Uma equipe de pesquisadores da Embrapa Solos e Embrapa Agrobiologia chegou nesta quarta-feira ao local para fazer a análise do solo. Segundo o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro, a equipe permanecerá até o fim da semana para elaborar um diagnóstico do impacto do desastre.
mariana3.jpg
Uma equipe de pesquisadores da Embrapa Solos e Embrapa Agrobiologia chegou nesta quarta-feira ao local para fazer a análise
– Nossos cientistas ficarão até a sexta-feira. Será feito um diagnóstico do grau do impacto sobre a agropecuária local e, com dados técnicos e socioeconômicos, traçado um plano estratégico de recuperação – comentou. No dia 12 de novembro, Polidoro se reuniu com o secretário de Agricultura do estado, João Cruz Reis Filho, em Belo Horizonte, para elaborar a estratégia de recuperação. Além da Embrapa, farão parte da força-tarefa a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária (Epamig) em Minas.

Rejeitos avançam

A equipe do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) registrou a chegada, em Baixo Guandu, no Espírito Santo, dos rejeitos da barragem do Fundão que se rompeu em Mariana (MG). Os rejeitos passaram pela barragem da Usina Hidrelétrica de Mascarenhas. A previsão é que o deslocamento até o município de Colatina, no Espírito Santo, seja de aproximadamente um dia. O município suspendeu o fornecimento de água na região. Depois de passar por Colatina, na noite de terça-feira, houve uma mudança na descida até Linhares (ES), o que deverá reduzir a velocidade do escoamento, informou a CPRM. Com isso, a previsão é de maior deposição dos rejeitos, aumentando o tempo de chegada a Linhares. O serviço geológico informou que está monitorando em tempo real, por meio de estações instaladas na calha do Rio Doce, a movimentação dos rejeitos após o rompimento das barragens Santarém e Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, município de Mariana, na região central de Minas Gerais. Segundo a equipe, o avanço dos rejeitos não causará enchentes nos municípios localizados às margens do Rio Doce. Nos próximos dias, podem ocorrer mudanças na previsão, em decorrência da deposição de sedimentos no reservatório e das chuvas previstas para a região. Samarco Representantes da Samarco, mineradora responsável pela barragem que se rompeu em Mariana (MG) no dia 5, disseram na terça-feira que há riscos de rompimento das represas de Santarém e de Germano, que ficam próximas à primeira. Eles afirmaram ainda que a de Santarém não se rompeu, diferentemente do que a empresa informou. – Tem o risco e nós, para aumentarmos o fator de segurança e reduzirmos o risco, estamos fazendo as ações emergenciais necessárias – disse o gerente-geral de Projetos Estruturais da Samarco, Germano Lopes. – O monitoramento dessas barragens está sendo feito de forma online. Todos os dias os fatores de seguranças são reportados. A gente não percebeu ainda nenhuma movimentação nessas barragens. Existe uma plano de ação montado (caso haja rompimento da barragem), completou o diretor de Operações e Infraestrutura da empresa, Kléber Terra. Segundo Terra, o fator de segurança na barragem de Santarém é 1,37. Na de Germano, o dique Celinha, uma das estruturas, tem índice de 1,22, o menor em todo o complexo. Esse índice vai de 0 a 2. O nível mínimo de segurança recomendado por lei é 1,5. De acordo com os técnicos, estão sendo feitas obras emergenciais nas duas barragens, com a colocação de blocos de rocha de cima para baixo para reforçar a estrutura. Nesta semana, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais divulgou imagens feitas por drones da corporação que mostram uma rachadura na barragem de Germano. – Nós estamos com aproximadamente 90 dias para transportar todo o material lá pra baixo, fazermos o preenchimento da erosão na margem direita, nivelamento da crista da barragem, de forma a aumentar o nível de segurança da estrutura e permitir o tratamento da água dentro do reservatório de Santarém – disse o engenheiro e geotécnico da empresa José Bernado. Nesta terça-feira, os representantes da empresa explicaram que a única barragem que se rompeu foi a de Fundão, diferentemente do que a própria Samarco informava desde o dia da tragédia. A empresa dizia que, além de Fundão, Santarém havia rompido. Segundo os técnicos, 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos desceram, erodindo Santarém. Para o Kléber Terra, “não é o caso de pedir desculpas” à população pela tragédia. “Nós somos profissionais orgulhosos dessa empresa. Não acho que seja o caso de pedir desculpas. É o caso de verificar claramente o que aconteceu. Nós somos parte de um processo que foi muito sofrido para tudo mundo”, afirmou o diretor de Operações e Infraestrutura da Samarco. Ele disse ainda que "não está poupando recursos" para investigar as causas do rompimento. O rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, que tem como acionistas a Vale e a BHP Billiton, criou uma onda de lama que destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. A lama atingiu outros municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo e chegou ao Rio Doce, causando a morte de animais e prejudicando o abastecimento de água. Doze pessoas permanecem desaparecidas. Sete mortos foram identificados e quatro corpos aguardam identificação.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo