Em <i>Substitutos</i>, robôs tomam lugar dos humanos

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Publicado Sexta, 23 de Outubro de 2009 às 09:27, por: CdB

No futuro, os seres humanos poderão se desvencilhar de algumas tarefas e delegar sua execução a um robô. Todas as atividades econômicas passariam, então, a ser executadas por máquinas, controladas à distância por seus proprietários, instalados em poltronas confortáveis e ligados a computadores que transmitem as ordens de seus cérebros aos substitutos.

O que parece ser um sonho fascinante, no entanto, pode esconder uma realidade nada agradável. Em vez de delegar apenas tarefas chatas, repetitivas e perigosas a robôs, os seres humanos estariam, na verdade, se escondendo para não revelarem os sinais de seu envelhecimento e decadência física. Seus substitutos, ao contrário, permaneceriam jovens, como eles gostariam de nunca deixar de ser.

O diretor Jonathan Mostow (O Exterminador do Futuro 3 - a Rebelião das Máquinas) teve nas mãos ingredientes de sobra para refletir sobre esse "admirável mundo novo" em seu novo filme, Substitutos, com estreia nacional nesta sexta-feira. Foi o mesmo que fez, aliás, Ridley Scott no cult Blade Runner, de 1982.

Mas Mostow preferiu realizar um filme futurista, que também possui qualidades, mas com ênfase maior nos efeitos especiais e cenas de ação: perseguições e acidentes de carro em que as vítimas são os robôs com corpos humanos.

Nessa sociedade, dirigida nos bastidores por pessoas de carne e osso, o aparente planejamento perfeito foge do controle de seus idealizadores quando um desconhecido, munido de uma arma letal, passa a perseguir os substitutos de pessoas conhecidas para neutralizá-los. Só que a eliminação dos robôs causa também a morte do dono a quem o robô está conectado.

A trama é descoberta casualmente pelo detetive Tom Greer (Bruce Willis) -- na verdade, o substituto do verdadeiro policial, que o comanda de seu apartamento. A aparição inicial do personagem de Willis é hilariante: ele está com a pele de um jovem de trinta anos e fartos cabelos loiros, com direito a um topete - uma divertida brincadeira com o aspecto real do enrugado, careca e gordo ator, que não tem mais como esconder sua decadência física, a não ser com um substituto.

Mas esse jovem e ágil detetive-substituto não terá vida longa e o policial veterano terá de sair de seu apartamento em pessoa para executar sua missão. Entra em ação o Bruce Willis que todos conhecem da série Duro de Matar, que dirigirá carros em alta velocidade, sofrerá todo tipo de atentados e acabará o filme todo estropiado, sangrando e com novas cicatrizes no rosto.

O detetive oculta um drama pessoal: perdeu um filho e, desde então, sua mulher, Maggie (Rosamund Pike), desistiu de enfrentar a realidade e prefere ficar conectada a sua substituta, como uma mulher ainda jovem e atraente.

Durante as investigações, Tom descobre que nem todas as pessoas que estão ao seu lado são confiáveis, mesmo na polícia. Alguns podem, de alguma forma, estar vinculadas ao mandante das mortes violentas dos substitutos e de seus donos.

O filme aborda, mesmo que de forma superficial, a tendência das pessoas preferirem se isolar num mundo irreal de progresso tecnológico e eterna juventude, em vez de enfrentarem os desafios diários que começam logo ao raiar do dia.

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