Eleição egípcia barra religiosos e ex-vice de Mubarak

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Publicado Terça, 17 de Abril de 2012 às 12:44, por: CdB

Eleição egípcia barra religiosos e ex-vice de Mubarak

CAIRO, 17 Abr (Reuters) - Autoridades egípcias rejeitaram na terça-feira recursos apresentados por dez candidatos presidenciais impedidos de disputarem o histórico pleito deste ano. A decisão, que sacode o cenário político egípcio a poucas semanas do início do processo eleitoral, atingiu o ex-chefe de inteligência do deposto presidente Hosni Mubarak, um líder do grupo Irmandade Muçulmana e um pregador islâmico.

Desde a revolução que derrubou Mubarak, em 2011, o Egito vive uma turbulenta transição para a democracia, pontuada por espasmos de violência e por atrozes rivalidades entre grupos islâmicos antes proscritos, políticos laicos reformistas e remanescentes do regime anterior.

Entre os candidatos barrados estão Omar Suleiman, que além de chefe de inteligência chegou a ser nomeado vice-presidente às vésperas da deposição de Mubarak; Khairat al Shater, da Irmandade Muçulmana, grupo político mais bem organizado do país; e Hazem Salah Abu Islamil, um popular pregador da rígida doutrina salafista.

A Irmandade continua na disputa porque indicou Mohamed Mursi, chefe da ala política do grupo, como candidato "reserva". Shater pediu aos seus simpatizantes que votem em Mursi, um engenheiro de 60 anos, cuja candidatura foi confirmada.

As autoridades eleitorais anunciaram no sábado a desqualificação de 10 dos 23 candidatos que haviam solicitado a inscrição. Eles tinham 48 horas para recorrer, e todos os recursos foram rejeitados na terça-feira.

A eleição, que ocorre em etapas a partir de maio, representa o ápice da transição do atual regime militar para um governo civil. Outros candidatos confirmados incluem Amr Moussa, ex-secretário-geral da Liga Árabe que se descreve como nacionalista liberal; e Abdel Moneim Abol Fotouh, que pertencia a uma ala moderada e reformista dentro da Irmandade, da qual foi expulso no ano passado por sua insistência em concorrer.

(Por Tom Perry e Yasmine Saleh)

Reuters

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