Eleição de Obama seria melhor para o Brasil, afirmam analistas

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Publicado Segunda, 05 de Novembro de 2012 às 20:11, por: CdB

As eleições presidenciais nos Estados Unidos, que ocorrem nesta terça-feira (6), foram objeto de análise do editor de "Mundo", Fábio Zanini, e o colunista da Folha Clóvis Rossi. Segundo os analistas, a vitória do democrata Barack Obama, e a consequente derrota do republicano Mitt Romney, seria o melhor para o Brasil.

Para Rossi, o perfil multilateral de Obama beneficiaria mais o Brasil no caso de uma vitória democrata. "Romney acha que os EUA devem moldar o mundo."

Segundo Zanini, a imagem dos EUA melhorou muito no mundo islâmico. "Uma eventual vitória de Romney criaria problemas sérios para a relação americana no mundo árabe", diz.



Para analistas ouvidos pelo G1, o Brasil não será uma prioridade para o novo presidente dos Estados Unidos que, mais preocupado com a recuperação econômica, não deve alterar de maneira significativa as relações bilaterais.

“Os programas dos dois partidos não mencionam nada abaixo de San Antonio, no Texas, exceto questões sobre imigrantes ou tráfico de drogas”, disse o professor do Colby College Sandy Maisel, durante entrevista a jornalistas na Faap, em São Paulo.

Segundo o especialista em partidos e eleições nos EUA, a razão é que os concorrentes à Presidência precisam focar no que os cidadãos pensam e, neste momento, a preocupação com a lenta recuperação da economia não deixa muito espaço para outras questões.

Isenção de vistos

Uma das exceções, para os analistas políticos, será o processo para isentar os brasileiros de vistos, medida que teve uma sinalização do governo Obama durante a campanha, ao relaxar as exigências para o crescente número de turistas que visitam o país a cada ano.

Caso o presidente seja reeleito, as negociações para acabar com a necessidade de visto entre os dois países devem começar logo após as eleições, crê o analista político da UnB David Fleischer.

“Há uma forte possibilidade de isso ocorrer, principalmente por questões comerciais. Não deve ser um visto livre para todo mundo, mas de acordo com o perfil do turista. Os consulados vão avaliar”, afirma.

O professor de relações internacionais da ESPM Heni Ozi Cukier concorda. “Esta não é uma política de candidatos. Há uma percepção geral do mercado americano, com o número de turistas brasileiros que visitam o país aumentando. É um caminho inevitável, mas não significa que será rápido.”

Conselho de Segurança

Já o cobiçado apoio norte-americano a uma vaga permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU ainda não deve vir, seja qual for o presidente eleito, na opinião de Cukier, que já trabalhou para o colegiado nas Nações Unidas.

“A questão do Conselho envolve assuntos estratégicos de alto nível. O Brasil só vai conseguir esse apoio se decidir ter uma parceria num outro patamar, ser um parceiro dos americanos no mundo, votar junto em fóruns internacionais, se dispor a ajudar em problemas de peso, posição que não deve tomar”, pondera.

Para o professor Sandy Maisel, a questão está fora da agenda dos dois candidatos. “O povo americano não não se importa com o pleito do Brasil para uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU”, disse.

Na opinião de David Fleischer, como estará no seu último mandato como presidente, se eleito, é possível que Obama faça alguma declaração sobre o pleito brasileiro, embora não signifique uma aprovação imediata.

“A entrada no Conselho de Segurança da ONU não é uma decisão unilateral, mas depende de uma reforma maior [na ONU], que é muito desejada. Pode ser que o Obama faça alguma declaração, como fez sobre a Índia. Nenhum país até hoje colocou qualquer oposição contra [a presença da] Índia ou do Brasil.”

Fonte: Da Redação, com agências

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