EI: Turquia ameaça atacar aliados dos EUA na Síria

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Publicado Quinta, 29 de Outubro de 2015 às 10:44, por: CdB
Por Redação, com Sputnik Brasil - de Ancara:

Turquia está em desacordo com os aliados da OTAN sobre o papel dos curdos na luta contra o Estado Islâmico. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu "fazer tudo o que é necessário" para fazer os curdos pararem de declarar a sua autonomia na cidade fronteiriça síria de Tel Abyad.

Os avanços na procura da autonomia feitos por curdos sírios, liderados pelo Partido União Democrática (PYD), têm irritado Ancara, que vê esses planos dos curdos como uma ameaça à segurança nacional da Turquia e diz que poderia semear o separatismo entre os curdos turcos.

Anteriormente a Turquia atacou as forças dos curdos sírios chamados Unidades de Proteção Popular (YPG) várias vezes, depois de que eles ignoraram as ordens de Ancara para não atravessar a zona ocidental do rio Eufrates. Os lutadores YPG e seus aliados curdos peshmerga no norte do Iraque têm desempenhado um papel importante na luta contra o Estado Islâmico.
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Turquia está em desacordo com os aliados da OTAN sobre o papel dos curdos na luta contra o Estado Islâmico

À luz do seu fracasso em encontrar parceiros na Síria para combater o Estado Islâmico, Frente al-Nusra e outras organizações terroristas, os EUA tem procurado trabalhar em conjunto com as forças armadas dos curdos (YPG). General aposentado John Allen disse, perante o Comitê das Relações Exteriores do Senado em Washington para a estratégia dos EUA no Oriente Médio, que os EUA estavam em um "processo muito delicado diplomático" tentando trabalhar com a Turquia e a YPG ao mesmo tempo.

No entanto, Erdogan culpou o Partido União Democrática (PYD) da realização de "limpeza étnica" na região, dizendo que o apoio ocidental para as milícias curdas da Síria equivale a apoiar o terrorismo.

– A Turquia é determinada lutar contra qualquer coisa que nos ameaça ao longo da fronteira com a Síria, dentro ou fora dela – disse Erdogan. As declarações foram feitas como a Turquia lançou uma campanha militar de duas frentes contra o grupo terrorista Estado Islâmico na Síria e contra o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, proibido na Turquia) no norte do Iraque. A campanha militar turca contra as posições do Estado Islâmico e PKK começou depois do atentado na cidade fronteiriça turca de Suruc que matou 32 pessoas e feriu mais de 100, e o assassinato de dois policiais no sul da cidade de Ceylanpinar. O Estado Islâmico tomou responsabilidade pelo atentado em Suruc. O PKK reivindicou a responsabilidade pelas mortes dos policiais turcos em Ceylanpinar, dizendo que os policiais haviam apoiado o grupo.

Militantes na Síria

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) informaram nesta quinta-feira que o Estado Islâmico executou mais de 200 de seus militantes na Síria há três dias. Eles pretendiam desertar do grupo jihadista e iriam ingressar nas fileira da Frente al-Nusra, ligada a Al-Qaeda. Segundo a ONG com sede em Londres, eles foram enforcados e os corpos teriam sido jogados em uma depressão natural transformada pelo Estado Islâmico em vala comum. O OSDH destacou que os militantes mortos trocariam de grupo terrorista por questões ideológicas, entendendo que os jihadistas estariam errados. Um outro grupo de aproximadamente 21 militantes foi detido pelo Estado Islâmico se preparando para fugir dos confrontos em torno da base aérea de Kwayres, em Aleppo. O Exército sírio tem obtido seguidas vitórias em combates nesta região do país.

Centro de inteligência

O Iraque está terminando os procedimentos logísticos para a criação do Centro de intercâmbio de dados de inteligência sediado em Bagdá, informou um deputado iraniano à agência russa de notícias Sputnik.

 O chefe do Comitê da Segurança e Defesa do parlamento do Iraque, Hakem al-Zameli, afirmou nesta quinta-feira à Sputnik, os trabalhos para ligação final de comunicações e procedimentos logísticos no âmbito da criação do centro de informação que está sendo criado para intensificar a luta contra os terroristas do grupo Estado Islâmico estão na fase final.

– Estamos agora trabalhando na ligação final de comunicações que faltam e acabamos com os procedimentos logísticos – disse.

Segundo ele, “até o momento não existiu coordenação clara com o exército iraquiano durante a realização de ataques aéreos, mas este último (o exército iraquiano) já aproveita de uma parte da informação (do centro)”. O deputado também informou que a delegação síria chegou ao centro há cerca de duas semanas e aderiu-se ao trabalho das delegações da Rússia, Iraque e Irã. Rússia, Irã, Iraque e Síria estabeleceram um Centro de Informações em Bagdá para coordenar as suas ações militares contra os terroristas, tanto na Síria como no Iraque. As funções do centro incluem coletar, classificar e analisar dados sobre a situação atual no Oriente Médio no contexto de combate contra militantes islamitas, distribuir as informações e transmiti-las de forma atempada aos estados-maiores dos países que fazem parte do centro. Mais cedo Moscou chamou todos os lados interessados se aderir ao trabalho do centro em Bagdá.  

 
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