EI perde base aérea no Nordeste da Síria

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Publicado Quarta, 29 de Junho de 2016 às 07:25, por: CdB

A Síria enfrenta uma guerra civil desde 2011. Um cessar-fogo negociado pela Rússia e os Estados Unidos entrou em vigor na Síria em 27 de fevereiro

Por Redação, com ABr - de Beirute:

Os grupos de militantes da oposição síria apoiada pelos Estados Unidos conseguiram reconquistar o aeroporto militar Abu Kamal que estava sob controle do Estado Islâmico, informa o canal de televisão Al Mayadin. Segundo a emissora, continuam os confrontos na cidade de Abu Kamal. A base aérea fica na província de Deir ez-Zor, perto da fronteira com Iraque.

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Os grupos de militantes da oposição síria apoiada pelos Estados Unidos conseguiram reconquistar o aeroporto militar Abu Kamal que estava sob controle do Estado Islâmico

A Síria enfrenta uma guerra civil desde 2011. Um cessar-fogo negociado pela Rússia e os Estados Unidos entrou em vigor na Síria em 27 de fevereiro. A trégua teve o apoio do governo sírio e de dezenas de grupos de oposição, porém não contempla os grupos terroristas Estado Islâmico e Frente Al Nusra.

Até agora, não existe uma frente comum de luta contra o grupo jihadista, que é combatido pelas forças do governo da Síria, apoiadas pela aviação russa, o Exército iraquiano, a coalizão internacional liderada pelos EUA, assim como pelos curdos e milícias xiitas do Iraque e do Líbano.

ONU denuncia

A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou no dia 16 deste mês, pela primeira vez, o grupo extremista Estado Islâmico por praticar crimes de genocídio, de guerra e contra a humanidade. A acusação legal faz parte de uma denúncia feita pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da comissão de inquérito da ONU sobre crimes na Síria.

Em seu relatório, Pinheiro pediu que os delitos do Estado Islâmico sejam levados para cortes internacionais e que o Conselho de Segurança faça uma intervenção para salvar a minoria religiosa yazidi, uma das mais afetadas pelas ações do grupo armado. O informe de Pinheiro está sendo disponibilizado para procuradores da Síria e do Iraque, as zonas onde o Estado Islâmico controla mais territórios, caso queiram abrir processos em tribunais locais contra o grupo.

Com tradição milenar, os yazidis são considerados “infiéis” pelo Estado Islâmico, que adota táticas de perseguição e assassinato contra as minorias religiosas e étnicas que não sigam a vertente sunita do Islã. A ONU estima que cerca de 400 mil yazidis viviam na Síria e no Iraque em agosto de 2014, mas que milhares já foram sequestrados, torturados, vendidos ou mortos.

Cerca de 3 mil mulheres e crianças estariam sendo mantidas reféns na Síria pelo Estado Islâmico e usadas como escravas sexuais dos jihadistas. Uma jovem chegou a ser vendida 15 vezes entre os extremistas, em um centro de comércio em Raqqa, onde cada mulher é ofertada como mercadoria por US$ 200 a US$ 500.

De acordo com o relato de uma outra escrava sexual de 12 anos que já fora comercializada quatro vezes, há meninas ainda mais novas nas mãos dos extremistas. Algumas mulheres, porém, só conseguem voltar para suas famílias se forem “recompradas” por seus parentes por preços que podem chegar a até US$ 40 mil. Já os meninos estão sendo doutrinados para se tornarem combatentes e são obrigados a matarem o próprio pai.

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