Economia ganha com carnaval, diz Ministério do Turismo

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Publicado Terça, 04 de Março de 2003 às 06:44, por: CdB

Hotéis, restaurantes, bailes nos salões, desfiles das escolas de samba, mesmo o consumo maior em bares e barracas de praia por conta do aumento do fluxo de turistas. Um total de 52 setores da economia ganha nos dias de folia de Momo, segundo avaliação do Ministério do Turismo. Além de gerar receita, a maior festa popular do país abre novas vagas de trabalho, ainda que temporárias. Para este ano, a expectativa de órgãos de turismo ligados às prefeituras das principais capitais que promovem a festa é que a receita gerada com o Carnaval se mantenha ou cresça em relação ao mesmo período de 2002. Isso porque a alta do dólar, tão prejudicial para alguns setores da economia, ajuda o Carnaval de duas maneiras: atraindo turistas brasileiros, assustados com os custos de viagens internacionais, e trazendo mais estrangeiros, que consideram baixos os preços dos pacotes turísticos para o país. Festa baiana Um exemplo é Salvador, que movimentou R$ 602,3 milhões durante o período de Carnaval de 2002 e prevê crescimento de 8% a 10% neste ano, de acordo com informações da Emtursa, empresa da prefeitura que organiza a festa. "Esse aumento é previsto em cima do número maior de turistas na cidade em 2003", afirmou Eliana Dumêt, presidente do órgão. Neste ano, os 163 blocos carnavalescos da capital baiana -que não recebem verba direta da administração municipal- investiram aproximadamente R$ 88 milhões na festa do Momo, 10% a mais do que em 2002, segundo informa a Emtursa. O dinheiro vem da arrecadação dos blocos: somente com a venda dos abadás -túnica que dá acesso à parte restrita dos blocos- seriam R$ 64,7 milhões. Rio A Riotur, órgão de turismo do Rio de Janeiro, informa que os monumentais desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, patrocinados em parte pela prefeitura, também contam com mais dinheiro em caixa em 2003. A administração municipal destinou R$ 24,8 milhões para o Carnaval deste ano, valor que é distribuído entre infra-estrutura do sambódromo e escolas do grupo especial e de acesso, além de eventos promocionais. De acordo com a Riotur, a verba da prefeitura para o Carnaval de 2003 -que deve gerar receita de R$ 485 milhões- é 29,2% maior do que a que foi separada para realizar a festa no ano passado. A Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), que abriga as 14 escolas do grupo especial, recebe ainda R$ 8,4 milhões de direitos de transmissão, pagos pela TV Globo, metade da arrecadação da bilheteria do sambódromo, que é de R$ 23 milhões, e parte das vendas do CD de sambas-enredo gravado pela BMG. É a mesma forma de arrecadação das escolas do grupo especial do Carnaval de São Paulo, que deve gerar R$ 25 milhões em 2003, mesmo valor do ano passado, segundo a Anhembi, empresa da administração municipal. De acordo com o órgão, o número de turistas atraídos pelos desfiles da capital vem aumentando nos últimos anos: em 2001, eles eram 4,3% dos foliões no sambódromo; em 2002, 13,19%, e, para este ano, espera-se que 25% dos 120 mil freqüentadores sejam de outras localidades. "A maior parte dos turistas é do interior do Estado, onde estamos divulgando melhor o Carnaval da capital. São Paulo oferece desfiles de grande porte a custos mais baixos para o visitante", afirmou Roberto Gheler, presidente da São Paulo Convention & Visitors Bureau, fundação sem fins lucrativos que tem como objetivo promover o turismo na cidade. A Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) discorda das previsões de crescimento neste Carnaval. "Acredito que a movimentação durante a festa de 2003 vá ser a mesma da do ano passado", afirmou Leonel Rossi Júnior, diretor da associação.

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