DPCA e Ação Social acolhem jovens explorados sexualmente no Rio

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Publicado Sexta, 05 de Setembro de 2003 às 13:45, por: CdB

O Programa de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, da Secretaria estadual de Ação Social, e a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) iniciaram nesta quinta-feira à noite uma série de operações para acolher jovens em situação de exploração sexual nas ruas do Rio.

A primeira abordagem foi feita na Barra da Tijuca e em Copacabana, onde foram acolhidos sete adolescentes. Todos foram encaminhados aos Centros de Referência (Cria) mantidos pelo programa para prestar atendimento integral às vítimas.

- Vamos levar a operação de abordagem para os locais que registram alta incidência de casos. A DPCA está nesse momento investigando denúncias de exploração em uma área do Rio, que por enquanto estamos mantendo em segredo para não atrapalhar a ação. O delegado Leonardo Tumiati está com os nomes e endereços dos acusados de aliciamento de crianças e adolescentes nesse local - antecipa a gerente do programa, Adriana Guilherme.

Os pais e responsáveis de duas vítimas acolhidas na operação desta quinta-feira já passaram pelo serviço social do Cria, que está avaliando a melhor forma de ajudar as duas famílias.

O programa, executado pela Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), vinculada à Ação Social, combate a exploração sexual infanto-juvenil por meio de ações integradas entre o governo do Estado do Rio de Janeiro e instituições de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.

O programa distribui panfletos, cartazes e outros materiais para alertar a população que exploração sexual de crianças e adolescentes é crime com pena entre quatro e 10 anos de reclusão.

Um número de telefone - (21) 3399-3131 -, funcionando 24 horas por dia, foi colocado à disposição da população para receber denúncias e informações.

O serviço ajuda a polícia a fazer o mapeamento das áreas de maior incidência de casos e a prender pessoas envolvidas nesse crime.

O programa conta com quatro centros de referência - Cria (Volta Redonda, Nova Iguaçu, Rio de Janeiro e Angra dos Reis).

Nesses centros, as vítimas permanecem temporariamente por um prazo máximo de 72 horas, sendo depois reintegrados às famílias ou abrigados em unidades dos municípios.

Caso os jovens sejam de outros estados, são encaminhados pelos conselhos tutelares ao seu lugar de origem. Ainda esse mês, serão implantados dois novos Cria's, um em Macaé e outro em Cabo Frio.

No próximo dia 18, o programa comemora três anos de existência e será realizado um evento em cada município onde estão instalados os Cria's. Desde sua criação, 1.444 jovens já passaram pelos Cria's, sendo 85% meninas e 15% meninos.

Quanto à escolaridade, 65% têm da primeira à quarta séries, 15% cursaram da quinta à oitava séries, 10% são analfabetos, somente 2% completaram o segundo grau, 69% são usuários de drogas, sendo que as mais consumidas são maconha (47%), cocaína (33%) e solventes (19%).

A maioria dos acolhimentos foi realizada em Copacabana (45%), seguido pelo Centro (36%) e pela Barra da Tijuca (22%). Os encaminhamentos para o programa foram feitos em sua maioria (45%) pela DPCA, 24% pelo Juizado da Infância e da Juventude, 18% pela Central de Recepção da própria FIA e 15% por Conselho Tutelar.

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