O dólar comercial terminou esta quarta-feira, dia de decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) sobre os juros, em queda de 1,21%, vendido a R$ 3,003. Assim, ele quebrou uma seqüência de duas altas.
A moeda norte-americana chegou a ser negociada a menos de R$ 3, mas desacelerou a queda no final do expediente. A cotação mínima do dólar nesta quarta-feira foi R$ 2,970 e a máxima, R$ 3,039.
No geral, a decisão de se manter a taxa básica em 26,5% ao ano foi bem recebida pelo mercado, que vê na medida uma demonstração de força do BC em relação às fortes pressões sofridas de parte de alguns setores da economia e da sociedade.
Mas também há críticas.
– Estou desapontado, porque acredito que o BC perdeu uma grande oportunidade. Acho que já havia motivos para derrubar os juros, como os sinais de diminuição da atividade industrial e a inflação, que já apresenta, sim, sinais de queda. Assim como o vice-presidente José Alencar, também acho os juros de 26,5% ao ano extorsivos – reclama um analista.
O mercado volta suas atenções, agora, para o cenário externo. Os sinais de deflação nos Estados Unidos e de estagnação na Alemanha e no Japão preocupam os investidores, por causa da possibilidade de uma recessão em nível mundial.
Além disso, a possibilidade de novos ataques terroristas também é fator de tensão. Com o aumento dos atentados – os últimos foram em Riad (Arábia Saudita) e Casablanca (Marrocos) -, os EUA aumentaram seu alerta para a possibilidade de ataques no país de amarelo (elevado) para laranja (alto).
– Só espero que a crise no exterior não se agrave, porque, nesse caso, o dólar voltaria a disparar e aí não haveria mais possibilidade de diminuição dos juros – diz o analista.
O dólar paralelo fechou em R$ 3,13 (-0,63%), o turismo, em R$ 3,08 (-0,32%). O futuro está em R$ 3,025, com queda de 1,40%.
Também no mercado de dívida a recepção à decisão do Copom foi boa. O risco-país desaba 4,57%, para 813 pontos, e o C-Bond, principal título da dívida externa do país, é negociado a 88,375% do valor de face, com alta de 1%.