A Polícia Civil prendeu dois homens acusados de ligação com o sequestro das três filhas de um executivo de São Paulo, que terminou na noite da última quinta-feira. Elas passaram 10 dias em cativeiro, assim como a cadela poodle Lili, também levada pelo grupo.
Um dos presos é taxista. O outro teria sido convidado para participar do crime. Esse homem, porém, nega que tenha aceitado o convite.
Do local onde o carro da família foi interceptado – na esquina da rua Raimundo Simão de Souza com a avenida Guilherme Dumont Vilares, no Morumbi (zona sul) – até o cativeiro, as três meninas foram levadas em um táxi. As vítimas pediram para não ter seus nomes revelados.
O diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), Godofredo Bittencourt, disse que as circunstâncias das duas prisões não serão divulgadas porque a polícia já está bem perto de prender toda a quadrilha de sequestradores.
Apesar da afirmação de Bittencourt de que a quadrilha não era especializada em sequestros, a principal linha de investigação da polícia até agora aponta para homens que mantêm ligações com dois sequestradores famosos já presos.
As meninas, com idades de 4, 8 e 10 anos, mais a poodle Lili, foram libertadas na noite de anteontem ao lado de uma lixeira no km 29,5 da Estrada de Itapecerica da Serra, em Embu-Guaçu (Grande SP), depois que seus familiares pagaram R$ 45 mil pelo resgate. Inicialmente, os bandidos exigiram R$ 4 milhões.
Durante os dez dias em que as irmãs ficaram no cativeiro, possivelmente em Sorocaba (SP) ou em um bairro da zona sul, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) acompanhou diariamente o caso.
Estatística
Crianças representam 4% das vítimas de sequestro na Grande SP. Segundo a polícia, 14 meninos e meninas de até 11 anos viraram reféns no ano passado. No total, foram 350 vítimas. Em 2001, 26 crianças (8% do total) foram sequestradas.