Dissidentes cubanas dizem ter sido detidas a caminho de missa com papa

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Publicado Segunda, 21 de Setembro de 2015 às 09:50, por: CdB
Por Redação, com Reuters - de Havana: A polícia cubana deteve duas conhecidas dissidentes que tinham sido convidadas à catedral de Havana para acompanhar missas com o papa Francisco no domingo, impedindo-as de ver o pontífice pelo segundo dia seguido, informaram as mulheres. Miriam Leiva e Martha Beatriz Roque, duas dissidentes da ilha comunista, disseram que foram paradas separadamente por agentes de segurança do Estado antes de chegarem à catedral.
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Papa Francisco durante sua primeira missa em Cuba
Foi o segundo dia seguido que a polícia não as deixou entrarem no evento. As mulheres disseram que foram convidadas por enviados diplomáticos do Vaticano em Havana. – As autoridades me disseram que eu não seria permitida de participar de nenhum evento relacionado ao papa Francisco - disse Miriam. Estima-se que 50 dissidentes tenham sido detidos e afastado dos eventos papais, de acordo com a Comissão Cubana para Direitos Humanos e Reconciliação Nacional. Missa lotada Milhares de cubanos se reuniram no domingo na histórica Praça da Revolução em Havana para a primeira grande missa em Cuba do papa Francisco, que para muitos encarna, com sua mensagem, a esperança de mudanças profundas na ilha. Após verem o papa desempenhar papel fundamental na reconstrução histórica das relações entre Estados Unidos e Cuba, os habitantes da ilha esperam que Francisco possa estimular maior abertura econômica, política e de respeito pelos direitos humanos em um país governado há décadas pelo Partido Comunista. Francisco, o primeiro papa latino-americano, chegou no sábado em Havana para começar uma turnê de mais de uma semana que também o levará a cidades do interior de Cuba e depois aos Estados Unidos, onde se reunirá com o presidente Barack Obama e participará da Assembleia da ONU. – A viagem é uma fonte de esperança nas nossas aspirações de melhoria (...) Este é um povo otimista, mas com grande sofrimento depois de muitos anos – disse Benito Espinoza, de 41 anos, um biólogo que chegou na praça antes do amanhecer. Francisco, que se tornou popular por deixar de lado o luxo que cercou seus antecessores e por adotar posições mais ousadas em questões como a homossexualidade e o divórcio, instou Cuba e os Estados Unidos no sábado a avançarem no que ele chamou de sua "reconciliação", reforçando que os esforços dos dois países são um exemplo para o mundo. O papa também observou a necessidade de que "a igreja continue a acompanhar e encorajar o povo cubano em suas esperanças e suas preocupações", que para muitos têm a ver com abertura de um país onde o governo mantém um rígido controle sobre todas as atividades econômicas e onde muitos se queixam da falta de oportunidades de emprego. – O papa nos dará a fé e a confiança para continuar no caminho certo nas relações com os Estados Unidos – disse Enrique Mesa, 32 anos, trabalhador do setor de turismo. A multidão, com muita gente vestida de branco, agitava bandeiras de Cuba e do Vaticano na praça, enquanto chegavam também dezenas de padres e freiras. O papa se reuniu no domingo com o líder cubano Raul Castro. Nesta segunda-feira ele viajou para as cidades de Holguín e Santiago de Cuba, no oeste do país, onde realizou missa e reunir-se com religiosos locais. Na terça-feira parte para os Estados Unidos.      
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