Diretor diz que Petrobras suspendeu investimentos na Bolívia

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Publicado Terça, 08 de Maio de 2007 às 14:19, por: CdB

O diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa anunciou nesta terça-feira que a Petrobras suspendeu todos os investimentos na Bolívia, mas ele disse que companhia não tem como abrir mão de gastar o mínimo necessário para a manutenção da produção do gás natural enviado ao Brasil.

- Não há clima para manter qualquer investimento no país -, ressaltou o diretor.

De acordo com o diretor, a Petrobras desistiu da idéia de manter uma participação minoritária nas refinarias na Bolívia.

- A intenção da Petrobras era de ficar com a parte minoritária das duas refinarias que possui na Bolívia e com a gestão dessas unidades. Mas a posição tomada pelo governo boliviano de que todos os derivados deverão ser negociados pela YPFB forçou a Petrobras a deixar de atuar no refino lá -, explicou.

A companhia enviou carta à estatal boliviana de petróleo e gás, a YPFB, em que deu 48 horas para a empresa responder à uma proposta final de ressarcimento pelas duas refinarias que a Petrobras tem no país - uma em Cochabamba e outra em Santa Cruz de La Sierra. Há várias semanas, os governos da Bolívia e do Brasil vêm negociando o preço a ser pago à Petrobras pelos ativos, mas as conversas não têm saído do lugar.

A Bolívia insiste em oferecer US$ 60 milhões pelos ativos, embora a Petrobras tenha pago mais de US$ 100 milhões por eles, em 1999. A Petrobras pedia inicialmente US$ 200 milhões - o valor de mercado das refinarias -, mas há informações de que a estatal estaria satisfeita em receber cerca de US$ 120 milhões. Oficialmente, porém, a companhia não divulgou qual foi a proposta final que fez à Bolívia.

Apesar disso, caso o governo boliviano não aceite o valor, a Petrobras realmente vai levar a decisão à arbitragem internacional.

- Isso não ilegal. Está previsto no contrato e o que estamos fazendo é apenas seguir as regras assinadas no contrato -, ressaltou.

Entretanto, a Bolívia deixou a corte de arbitragem do Banco Mundial no ano passado, o que pode dificultar as negociações em foro internacional.

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