Diretor da CIA diz que al-Qaeda ainda ameaça os Estados Unidos

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Publicado Terça, 11 de Fevereiro de 2003 às 13:58, por: CdB

O diretor da CIA, George Tenet, disse na terça-feira que a Al Qaeda continua sendo uma ameaça aos Estados Unidos e que há informações de que Osama bin Laden estabeleceu a presença de sue grupo no Iraque e no Irã. Falando à Comissão de Inteligência do Senado, Tenet disse que o recente aumento no nível de alerta nacional se deve a informações específicas sobre a rede Al Qaeda. "Posso dizer aos senhores que a ameaça da Al Qaeda permanece, mesmo que tenhamos tido importantes avanços na guerra contra o terrorismo", afirmou Tenet. Ele disse que as informações que levaram à implantação do alerta laranja, o segundo mais elevado, "não eram papo-furado dos terroristas e de seus cúmplices". "A informação que temos aponta para complôs em duas frentes -- nos Estados Unidos e na Península Arábica -- a partir do final do Haj (peregrinação anual a Meca), o que ocorre no final desta semana", afirmou Tenet. Segundo ele, os militantes da Al Qaeda estariam planejando o uso de armas químicas, biológicas e radioativas. O diretor da CIA disse que, além de se infiltrar no Irã e no Iraque, a Al Qaeda mantém também presença significativa no interior do Afeganistão e do Paquistão. Durante a audiência, os senadores devem perguntar a Tenet por que o Iraque é considerado uma ameaça mais grave aos EUA do que o Irã e a Coréia do Norte, os outros dois países incluídos pelo presidente George W. Bush na lista de inimigos que ele chamou de "eixo do mal". Os senadores também devem consultar Tenet sobre a possibilidade de uma guerra contra o Iraque acabar provocando mais atentados. Em linhas gerais, Tenet repetiu as acusações já formuladas na ONU contra o Iraque pelo secretário de Estado Colin Powell. Segundo o diretor, Bagdá faz "um esforço ativo" para impedir que os inspetores de armas da ONU cumpram sua tarefa. "Esse esforço é dirigido pelo primeiro escalão do regime iraquiano", afirmou. Sobre a Coréia do Norte, Tenet disse que o regime comunista daquele país está tentando negociar uma relação diferenciada com Washington, "que tolere implicitamente o programa de armas nucleares" norte-coreano. Na opinião de Tenet, o regime de Kim Jong-il prefere deliberadamente sofrer sanções econômicas a abrir mão de suas ambições nucleares. Sobre o Irã, Tenet disse que o país continua buscando a tecnologia nuclear, seja para fins civis ou militares, e já é quase auto-suficiente em armas químicas e biológicas, graças ao apoio de outros países. O diretor da CIA (assim como o do FBI, Robert Mueller) está depondo à Comissão de Inteligência do Senado pela primeira vez desde as eleições de novembro, que modificaram sua composição. Um dos principais críticos de Tenet, o republicano Richard Shelby, não está mais na comissão.

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