Diplomata iraniano é acusado de abusar de crianças em Brasília

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Publicado Quinta, 19 de Abril de 2012 às 05:34, por: CdB

Nesta quinta-feira (18), o Ministério das Relações Exteriores recebeu informações da Polícia Civil do Distrito Federal sobre as acusações envolvendo um diplomata iraniano acusado de ter assediado sexualmente crianças e adolescentes de 9 a 14 anos na piscina de um clube da capital federal, localizado em área nobre da cidade.
Segundo relato das famílias e dos salva-vidas do clube, o homem acariciou as partes íntimas das crianças quando mergulhava na piscina, no sábado passado (14). Pais e mães das crianças e adolescentes fizeram um boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia Civil. O diplomata foi ouvido e liberado em seguida.

A Polícia decidiu notificar oficialmente a Embaixada do Irã no Brasil. Parentes das crianças estiveram no Itamaraty para pedir ao governo federal providências em relação ao caso. O iraniano dispõe de imunidade diplomática e não pode ser investigado nem incriminado como os cidadãos comuns.

Imunidade

De acordo com a Convenção de Viena, um diplomata não pode ser processado ou preso no Brasil. Nesses casos, pode sofrer punições somente se o país de origem retirar a imunidade diplomática ou for declarado persona non grata pelo governo brasileiro, sendo expulso do território e impedido de ingressar. No entanto, o diplomata não está isento de ser alvo de processo em sua terra natal.

A Embaixada do Irã reagiu às denúncias de abuso sexual, atribuídas ao diplomata. Em nota divulgada nesta quinta-feira (18) à noite, a representação diplomática informou que houve um “mal-entendido” na interpretação dos fatos devido às “diferenças culturais” entre iranianos e brasileiros. No Irã, crimes sexuais são julgados de acordo com a Sharia – códido de conduta e moral regido pelo Alcorão, livro sagrado do islamismo. Desde a revolução islâmica em 1979, o país é uma república orientada pelos preceitos da religião.

Como se justificasse os abusos, a embaixada escreveu: “Essa missão diplomática declara que a acusação levantada contra o diplomata iraniano é exclusivamente um mal-entendido decorrente das diferenças nos comportamentos culturais [entre iranianos e brasileiros]”. Não há referência se a embaixada enviou o diplomata de volta para o Irã nem se serão tomadas providências. Desde que as acusações foram feitas, no último dia 14, esta foi a primeira manifestação da representação diplomática.

Com informações da Agência Brasil

 

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