Ao comentar, nesta terça-feira, como foi a reunião com a bancada do Partido Popular, na noite passada, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, se limitou a dizer que “foi um jantar para uma aproximação cada vez maior”. O que ocorreu com êxito, segundo ela. Ao chegar ao encontro, a ministra evitou afirmar que a finalidade do jantar seria buscar apoio para uma eventual candidatura à Presidência da República.
Nos últimos meses, a ministra já manteve reuniões com outros partidos da base aliada do governo no Congresso Nacional, entre eles, o PDT, PR, PMDB, PSB. Na semana passada, as lideranças do PMDB e do PT firmaram um pré-compromisso de apoio à candidatura de Dilma à Presidência da República, com os peemedebistas como vice na chapa. O acordo só será referendado nas convenções nacionais dos dois partidos, em junho do ano que vem.
Projetos sociais
Ainda na manhã desta quinta-feira, a ministra afirmou que o governo pretende tornar o programa Minha Casa, Minha Vida, em um projeto com continuidade assegurada. Segundo Dilma, o programa é um “treino” para o governo federal, a iniciativa privada e municípios resolverem o deficit habitacional, estimado em cerca de 7 milhões de moradias.
– Vamos provar com esse 1 milhão de casas que é possível fazer (atingir a meta de habitações para o programa até o final de 2010) e no final teremos que estar em perfeitas condições de iniciar (a próxima etapa), já fazendo os outros 6 milhões – disse aos jornalistas.
A meta, segundo a ministra, é de que até o final deste ano o Minha Casa, Minha Vida tenha 400 mil moradias contratadas e que de janeiro a julho de 2010 outros 400 mil contatos estejam acertados. A meta do programa é chegar a 1 milhão de moradias até o final de 2010. Na entrevista, a ministra admitiu que há falta de terrenos em algumas cidades para a efetivação do programa e disse que o governo se esforçado nesse sentido.
'Disputa do bem'
Sobre a violência no Rio, ao deixar a sede da Empresa Brasileira de Comunicação, onde concedeu a entrevista, Dilma afirmou que o crime organizado tomou conta das favelas porque o Estado deixou de estar presente nessas localidades.
– O crime invadiu essas regiões porque o estado simplesmente fugiu delas, porque no Brasil não se investia em favelas nem em bairros populares – afirmou.
Dilma propôs uma “disputa do bem” com o tráfico no Rio de Janeiro no sentido de garantir a efetiva presença do Estado nas regiões mais violentas.
– É possível que a gente dispute com o tráfico e façamos essa disputa do bem que é de fato nossa presença efetiva, com a polícia, também, mas também com obras e com serviços públicos de qualidade para essa população – disse.
A ministra citou a parceria entres os governos federal, estadual e municipal do Rio de Janeiro nas obras que tem feito no Complexo do Alemão, Pavão-Pavãozinho, na Rocinha e em Manguinhos.