Nessa semana, dois protestos, no Rio de Janeiro e em São Paulo, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, sofreram dura repressão pela Polícia Militar
Por Redação – do Rio de Janeiro e São Paulo
A presidenta Dilma Rousseff voltou a se manifestar, neste sábado, contra a onda de repressão que atinge os manifestantes, por todo o país, em protestos contra o golpe de Estado, em curso no Brasil. A violência praticada por policiais repressores, a mando do governo do presidente de facto, Michel Temer, levou Dilma a classificar as Olimpíadas 2016 como os “jogos da exclusão”.

Nessa semana, dois protestos, no Rio de Janeiro e em São Paulo, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, foram duramente reprimidos pela Polícia Militar. A PM de Alckmin chegou a sitiar o museu e a revistar os jovens que protestavam.
“Democracia se constrói com participação, pluralidade e respeito às diferenças”, publicou Dilma em sua conta Twitter. “O povo na rua se manifestando pacificamente é uma das melhores expressões de um País democrático”, acrescentou a presidente.
“Reprimir essas manifestações, como aconteceu no Rio de Janeiro e com os estudantes em São Paulo, é um golpe à nossa democracia”, criticou Dilma Rousseff.
Além dessas manifestações, protestos nas arquibancadas durante os jogos da Olimpíada também vinham sendo reprimidos por policiais, que tomavam faixas, cartazes e chegaram a expulsar torcedores dos locais.
Na noite desta sexta-feira, no Mineirão, durante o jogo de futebol feminino entre Brasil e Austrália, um policial deu a seguinte orientação aos manifestantes: “(Contra) Temer vocês podem erguer (os cartazes) à vontade! Mas tem símbolo da Globo, aí não pode!”.
Repressão a estudantes
Cerca de 60 estudantes foram detidos, na noite passada, durante manifestação contra os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. A PMreprimiu violentamente o ato, que seguia, pacificamente, pelas ruas do Méier, um populoso bairro na Zona Norte da cidade. Bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram disparados para dispersar a multidão, em desacordo com o direito de libre manifestação garantido na Constituição Federal.
Os estudantes secundaristas, na maioria absoluta adolescentes entre 15 e 19 anos, foram presos e encaminhados para a Cidade da Polícia, onde foram maltratados e ameaçados por policiais, segundo relatos à reportagem do Correio do Brasil. Alguns meninos teriam sido transferidos para o presídio de Bangu, no subúrbio do Rio.