Em 2016, o Brasil registrou a menor cobertura vacinal dos últimos 10 anos, por isso, a meta do ministério é resgatar todas as crianças e adolescentes não vacinados
Por Redação, com ABr - de Brasília:
Neste sábado foi o Dia D da Campanha Nacional de Multivacinação, os postos de saúde foram abertos em todo o país. Cerca de 47 milhões de crianças e adolescentes menores de 15 anos foram convocados para atualizar a caderneta de vacinas. Segundo o Ministério da Saúde, 53% desse público não estão com a vacinação em dia.
Em 2016, o Brasil registrou a menor cobertura vacinal dos últimos 10 anos, por isso, a meta do ministério é resgatar todas as crianças e adolescentes não vacinados e, com isso, iniciar ou completar os esquemas de imunização. Com o slogan Todo mundo unido fica mais protegido, a campanha começou no dia 11 de setembro e vai até o dia 22 de setembro em cerca de 36 mil postos fixos de vacinação.
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, alerta que a vacinação é considerada, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a ferramenta que mais resultou positivamente na saúde pública mundial. “Nós morríamos de varíola aos montes, morríamos de pólio ou temos pessoas que até hoje vivem com sequelas da pólio. A gente esquece a vacinação quando não vê mais a doença”, disse.
Segundo ela, muitas doenças que foram erradicadas no Brasil ou mesmo controladas ainda não estão eliminadas e podem representar risco para não vacinados. “Nenhuma vacina é mais ou menos importante. Todas as vacinas são contra doenças potencialmente graves, que podem matar, levar a hospitalização e sequelas”, explicou.
Campanhas antivacinação
As mídias sociais têm sido um espaço de disseminação de falsas informações sobre vacinas, segundo Isabella, criando movimentos antivacinais. A justificativa, em geral, é a de que a vacinação leva ao aparecimento de outras doenças. “Há relatos de casos. A notícia de que uma criança passou mal depois de tomar a vacina rapidamente se espalha por todo o país.”, disse, explicando que não há embasamento científico para esse tipo de informação.
Segundo a presidente da SBIm, uma caso não faz a vacina insegura e, mais importante, as coincidências acontecem. “Vamos imaginar que, no primeiro ano de vida, a criança toma vacina todo mês. É claro que o que ela tiver que apresentar de doença ou problema grave, com ou sem vacina; isso iria acontecer; porque ela (a criança) estará sempre relacionada temporalmente com a vacina”, disse. “Temos tantas drogas com eventos adversos graves e que tratam doenças. Mas não vemos o movimento antibiótico, por exemplo. Então, porque as vacinas?”
Recentemente, o site da SBIm e o Portal Família SBIm foram incluídos pela OMS na lista de páginas que oferecem informações confiáveis sobre vacinas; a Vaccine Safety Net (VSN). “Isso é motivo de muito orgulho, mostra que a gente não pode desistir de comunicar”, disse Isabella.
A médica explica que a vacinação é um direito da criança e do adolescente previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA); e que os pais que não vacinam seus filhos podem sofrer processos do conselho tutelar e serem obrigados a fazer a imunização.
– Não vacinar quando todos se vacinam é uma zona de conforto porque a chance da criança adoecer é mínima. Mas se temos dois ou três pais que não vacinam e temos uma baixa cobertura por isso; aí essas crianças não vacinadas colocam em risco todas as outras – disse. Isso acontece porque as vacinas não tem 100% de eficácia, mas ficam em torno de 95% ou 98%, segundo Isabella.
Vacinas disponíveis
De acordo com o ministério, as vacinas disponíveis nesta campanha para crianças menores de 7 anos são: BCG – ID; hepatite B, penta (DTP/Hib/Hep B), VIP (Vacina Inativada Poliomielite); VOP (vacina oral contra pólio), VORH (Vacina Oral de Rotavírus Humano), vacina pneumocócica 10 valente, febre amarela, tríplice viral (sarampo, rubéola, caxumba), DTP (tríplice bacteriana); vacina meningocócica conjugada tipo C, tetraviral (sarampo, rubéola, caxumba e varicela) e hepatite A.
Já as doses disponíveis para crianças e adolescentes entre 7 e 15 anos são hepatite B, febre amarela; tríplice viral, dT (dupla tipo adulto), dTpa, vacina meningocócica conjugada tipo C e HPV.
Em 2017, o Ministério da Saúde fez alterações no esquema de vacinas e; por isso, orienta os pais a irem aos postos de saúde para checar a caderneta de vacinação. As informações sobre a Campanha Nacional de Multivacinação de 2017 estão disponíveis na página www.saude.gov.br/vacinareproteger.