Denzel Washington está no thriller <i>Chamas da Vingança</i>

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Publicado Domingo, 10 de Outubro de 2004 às 11:57, por: CdB

"Chamas da Vingança" é um thriller forte, do tipo envolvendo uma luta entre bons e maus, em que Denzel Washington faz um ex-agente da CIA que elimina, um a um, toda uma gangue mexicana de cruéis sequestradores e policiais corruptos.

Tudo é simples e direto, exceto pelo estilo rebuscado do diretor Tony Scott, repleto de hiperimagens e edição em flashes, algo que ele desenvolveu para uso em thrillers semelhantes, como "Jogo de Espiões" e "Inimigo do Estado".

Denzel Washington comanda a telona com tranquilidade e confiança, dividindo-a muito bem com sua co-estrela mirim, Dakota Fanning, durante a primeira metade da história, e praticamente carrega o filme sobre seus ombros, já que está presente em virtualmente todas as cenas.

O filme, com quase 2,5 horas de duração, estréia na sexta-feira.

"Chamas da Vingança" é a segunda adaptação para o cinema do romance do autor A.J. Quinnell, produzida por Arnon Milchan, que transformou o livro em 1987 em uma produção franco-italiana estrelada por Scott Glenn e Joe Pesci e dirigida por Elie Chouraqui ("Homem de Fogo").

É claro que Tony Scott cria um filme bem mais rebuscado e intenso do que o primeiro, com muito tempo gasto criando climas e cenas de ação, conflagrações e confrontos dramáticos.

Denzel Washington faz um daqueles personagens exaustos e fartos de tudo por quem os escritores de thrillers demonstram tanta afeição. Ele é um ex-pistoleiro a serviço da CIA, John Creasy.

Alcoólatra e sem rumo na vida, ele vai até o México visitar seu velho amigo e também ex-agente Rayburn (Christopher Walken). Este lhe arruma o emprego de guarda-costas de Pita Ramos (Dakota Fanning), 9 anos, filha do estressado industrial mexicano Samuel (o cantor Marc Anthony) e sua ansiosa mulher americana, Lisa (Radha Mitchell).

O advogado da família (Mickey Rourke) aconselhou a contratação de um guarda-costas, já que sequestros são ocorrências comuns no México.

Por falar nisso, o retrato pintado do país e de seus cidadãos é o mais sombrio já criado em qualquer filme de grande estúdio, mostrando o México como uma fossa negra de criminalidade e corrupção que contamina até a elite social. Exato ou não, o fato é que "Chamas da Vingança" dificilmente fará parte da lista dos 10 filmes favoritos do presidente Vicente Fox.

O roteiro de Brian Helgeland não foge dos elementos previsíveis. Sim, Pita acaba derrubando a resistência que Creasy opõe à vida, fazendo-o sorrir outra vez e até atuar como seu professor de natação.

Sim, Pita acaba sendo sequestrada, apesar do guarda-costas, e a entrega do resgate dá errado -- outros criminosos roubam o resgate dos sequestradores, e tudo vai por água abaixo.

Mas Creasy, apesar de gravemente ferido, vai metodicamente enfrentando a quadrilha inteira dos sequestradores, numa trilha sangrenta de represálias que o leva até o policial Fuentes (Jesus Ochoa) e "A Voz" (Gustavo Sanchez Parra), o mandante do crime.

Nessa empreitada ele conta com a ajuda dos únicos cidadãos do México aparentemente honestos, o inspetor de polícia Manzano (o italiano Giancarlo Giannini) e a destemida jornalista Mariana (Rachel Ticotin).

Apesar de arder em chamas, Denzel Washington é totalmente cool. Quer seja alcoólatra ou um matador decidido a executar sua vingança, ele está sempre em controle da situação.

Dakota Fanning é levada embora, o que deixa um buraco na história, mas Giannini e Ticotin ajudam a preencher a brecha, representando dois personagens bons que, apesar disso, exploram um ao outro.

O filme em nenhum momento deixa de valer a pena ser visto. Mas, mesmo que não fosse um remake, seria um remake. Hollywood já explorou tanto a temática de "Chamas da Vingança" que é virtualmente impossível criar algo de novo a partir dessa mesma premissa.

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