De auxiliar a treinador, João Batista valoriza esquipe de trabalho

Arquivado em:
Publicado Segunda, 10 de Outubro de 2011 às 04:37, por: CdB

Vinicius Carrilho
Especial para o site da FPF

Mais uma cara nova no futebol, o treinador João Batista, de apenas 45 anos já conta com alguns acessos e trabalhos com consagrados treinadores do futebol nacional. Técnicos esses que ajudam a compor seu estilo de trabalhar à beira do campo.

Sua carreira no esporte começou dentro das quatro linhas, atuando como volante de contenção. Em sua avaliação, um jogador técnico, leal e bem requisitado, ficando apenas uma temporada sem jogar devido a um problema de saúde.

Fora de campo, alternou momentos em que trabalhou como treinador e auxiliar técnico. Sua experiência integrando comissões técnicas o fez olhar de uma forma diferente para aqueles que hoje trabalham com ele, valorizando o trabalho de cada um deles.

Com o pensamento de que treinador bom é aquele que não aparece muito, João Batista afirma procurar sempre boas condições de trabalho, não só para ele, mas para todos que fazem parte de seu grupo.

Buscando ganhar experiência dirigindo equipes de divisões inferiores, o treinador acredita já estar perto de um bom patamar e aguarda uma grande oportunidade para alavancar de uma vez por todas sua carreira.

FPF: Como foi o seu início no futebol?
João Batista: Comecei no futebol em 1988, no União de Rondonópolis, onde fiquei até 1990. Depois, em 90, fui para o América (SP), em 1991 para o Independente de Limeira, de 1992 até 1994 joguei na Ferroviária, tendo uma breve passagem no segundo semestre de 93 na Portuguesa. Em 1995 fui para o Bragantino, em 96 joguei no Novorizontino e em 1997 fui jogar no Tampa Bay Mutiny, dos Estados Unidos. Em 1998 tive um problema clínico e acabei ficando sem jogar. Voltei em 1999, no São José, passando pelo Noroeste e Rio Preto, em 2000, Atlético Sorocaba, de 2001 a 2003 e encerrei a minha carreira nesse mesmo ano, com 37 anos, jogando pelo Anapolina.

FPF: Em qual posição você jogava e como avalia sua qualidade em campo?
João Batista: Jogava de volante. Sempre fui bom jogador, técnico, de muita marcação. Fazia uma função de contenção e sempre fui bem requisitado. Nunca fiquei uma temporada sem jogar.

FPF: Você jogou nos Estados Unidos. Como foi essa experiência?
João Batista: Foi boa, uma experiência legal. Joguei no time com o Valderrama (meia colombiano), Ravelli (goleiro sueco). O futebol estava engatinhando por lá, mas já era muito organizado, com as condições de trabalho muito boas.

FPF: Você teve a oportunidade de jogar com o Valderrama, um jogador que ficou marcado na história do futebol. Como era sua convivência com ele?
João Batista: Ele era um jogador bem parceiro, inteligente para jogar. Tem uma moral muito grande, chamava muita atenção. Ele era um cara amigo mesmo, conversava, cobrava, quando tinha que defender algum companheiro ele estava sempre ali. Era um líder de verdade.

FPF: Como foi essa transição de dentro do campo para a área técnica?
João Batista: Em 2004 fui auxiliar do Vanderlei Paiva no Crac de Catalão. Ele foi a pessoa que me deu a primeira oportunidade. E no primeiro ano já fomos campeões. Em 2005 fui para o Anapolina também ser auxiliar dele, depois trabalhando com o Aderbal Lana. Trabalhei também com o Valter Ferreira, outro cara bacana, que me ajudou muito. Em 2006 fui para o Anápolis, como auxiliar do Zé Humberto e em 2006 assumi o Osvaldo Cruz, no meu primeiro trabalho como treinador, onde consegui o acesso. Voltei para trabalhar na Ponte Preta, novamente como auxiliar do Vanderlei Paiva e depois fui para o Campinas, em 2007. Em 2008 assumi o comando técnico do Guaçuano, onde ficamos a apenas um ponto do acesso. Depois passei por Batatais, Inter de Limeira, voltei para o Campinas e quando ele se tornou Barueri, passei a ser assistente. Me transferi para o antigo Guaratinguetá, como auxiliar do Toninho Cecílio, que é outro cara espetacular. De lá aceitei voltar para o Guaçuano.

FPF: Você trabalhou como auxiliar de muitos treinadores. Algum deles se tornou uma referência para você?
João Batista: Eu acho que desses treinadores que eu trabalhei, tenho um pouco de cada um. Seria até injusto citar apenas um nome, pela importância que eles têm na minha carreira. Se eu pudesse juntar um pouco de cada um, seria o ideal. Eles me ajudaram muito.

FPF: Você sentiu alguma diferença quando trocou a função de auxiliar para a função de treinador?
João Batista: Tem uma diferença, pois como treinador você tem que tomar a decisão. Na outra função você opina, mas não define nada. Como auxiliar você tem que ser muito honesto, ter a confiança do treinador. Como técnico, como costumamos dizer, a bomba sempre estoura no treinador. A última palavra quem assume é quem comanda.

FPF: Durante muito tempo você fez parte da equipe técnica, que não aparece muito. Isso te faz dar mais valor às pessoas que trabalham com você?
João Batista: Sou um treinador que dá total autonomia para quem trabalha comigo. Todos são livres para trabalhar e eu não me intrometo, mesmo estando sempre cobrando e atento. Agora tenho um auxiliar técnico e por saber como é a função, deixo ele trabalhar. Você tem que escutar sempre o que os integrantes da comissão têm para falar. Sempre brinco que assim como juiz bom, o bom treinador é aquele que aparece o mínimo possível. Procuro sempre dividir tudo, tanto as vitórias quanto as derrotas.

FPF: Para você, qual a importância de uma comissão técnica bem montada?
João Batista: É muito importante trabalhar com pessoas que são competentes e de sua confiança. Isso te permite dividir até um pouco do estresse diário que sofremos. Você acaba ganhando mais tempo para pensar em outras coisas importantes da sua função.

FPF: João, quais são as suas aspirações para o futuro?
João Batista: Eu, ao longo da minha carreira, alternei momentos como treinador e auxiliar. Sempre levo muito em consideração a condição de trabalho, para todo o grupo. Não adianta você ganhar muito e seus jogadores não. No momento que vejo que não teria respaldo, eu prefiro sair. Procuro trabalhar em divisões inferiores para buscar um alicerce. Hoje acredito estar em um nível bom, realizando bons trabalhos. Mas não deixo de me preparar e buscar me informar sempre para o momento em que eu tenha uma oportunidade maior.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo