Cunha é alvo do ‘escracho’ durante protesto

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Publicado Segunda, 02 de Novembro de 2015 às 18:21, por: CdB
Por Redação - de Brasília Cerca de 400 manifestantes realizam um ‘escracho' em frente à casa do presidente da Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), localizada na chamada ‘Península dos Ministros’ do Lago Sul, área nobre de Brasília. O objetivo do ato foi denunciar Cunha, investigado por corrupção e principal articulador da ofensiva conservadora contra a classe trabalhadora no país, e pedir sua deposição de presidente da Câmara.
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Manifestantes reuniram-se em frente à casa do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em Brasília
Para Janderson Barros, do coletivo de juventude do MST no DF, o Cunha representa a agenda conservadora do Congresso que retira direitos fundamentais do povo brasileiro. — Lutamos contra essa bancada conservadora que está no Congresso que não nos representa. A retirada de direitos do povo coordenada pelo Cunha é um retrocesso. Por isso, precisamos de uma reforma política para reestruturar a sociedade e a juventude tem um papel fundamental nesse processo —afirmou Barros. “As pautas de Eduardo Cunha e seu próprio histórico político – do partido de Collor, passando pela legenda herdeira da ditadura até a agremiação que liderou a oposição oficial do regime militar – além da confusão ideológica que reina no sistema político brasileiro, criaram um cenário em que o deputado utilizando-se de manobras, algumas delas torcendo a legalidade, recolocou em votação, da noite para o dia, questões da sua agenda conservadora que havia legalmente perdido”, afirmou o Levante da Juventude, em texto divulgado no início desta noite. Cunha é proponente de projetos considerados machistas e homofóbicos, como o Projeto de Lei (PL) 1.672, de 2011, que institui o Dia do Orgulho Hétero, a PL 5069/13, que proíbe o Sistema Único de Saúde (SUS) de oferecer às mulheres vítimas de estupro a pílula do dia seguinte e de prestar-lhes orientações sobre o direito ao aborto. Todos são bandeiras do presidente da Câmara que garante a fidelidade de deputados eleitos por conta das ajudas financeiras para as suas campanhas e pelo quoficiente eleitoral. Segundo Laura Lyrio, da coordenação do Levante, a juventude se soma à luta pelo ‘Fora Cunha’ e afirma que o retrocesso contra os direitos do povo brasileiro deve ser barrado. — A juventude está na rua para defender que um outro projeto para o Brasil é possível e que não aceitaremos sem lutar projetos como o 5069, que é uma violência contra o corpo das mulheres, uma das muitas que o Estado comete — afirma Laura. Cunha também é o principal articulador da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos, do PL 4.330, que libera a terceirização em qualquer função nas empresas, e de tornar o financiamento privado de campanhas eleitorais constitucional, mesmo após decisão de ilegalidade do Supremo Tribunal Federal (STF). E do Estatuto da Família. Manhattan brasiliense A Península dos Ministros é um reduto de milionários. São senadores, deputados, ministros e os principais empresários da cidade que ai reside. Embora nenhum terreno esteja à venda, estima-se que o valor de um deles fique em torno de 4,5 milhões. O nome oficial do local é Parque Ecológico Península Sul que foi criado com o objetivo de disponibilizar essa área nobre do lago Paranoá a toda a população do DF. Uma vez que, é um espaço público não pode ser restringido apenas para uma parcela “privilegiada” da população. Em agosto deste ano, a operação da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) para retirada e desocupação de construções irregulares na orla do Lago Paranoá passou pela mansões oficiais da Península, incluindo a da Câmara dos deputados, utilizada pelo Cunha, cujo processo ainda está em negociação, com a derrubada suspensa, por enquanto. "Diante disso o Governo do DF, que tem tratado o povo à base de cassetete, sofre um grande dilema se cumpre ou não uma decisão judicial da derrubada de imóveis ilegais que ocupam a orla do Paranoá. Além, de alimentar a segregação social já existente, uma vez que prioriza os investimentos e melhorias em áreas onde se concentra a população com maior poder aquisitivo, político e social e toma atitudes opostas ao direito garantido pela Constituição", conclui o documento.
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