Crise leva espanhóis a beber menos vinho e vender mais ações

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Publicado Segunda, 21 de Setembro de 2009 às 09:58, por: CdB

O Santander, maior banco da Espanha, um dos países europeus mais afetados pela crise do capitalismo internacional, informou nesta segunda-feira que planeja colocar à venda cerca de 16,21% de sua unidade brasileira por meio de um aumento de capital. A oferta é formada por 525 milhões de units, com cada uma composta por 55 ações ordinárias e 50 ações preferenciais. O preço de cada unit é previsto entre R$ 22 e R$ 25 cada, o que deve levantar entre R$ 11,55 e R$ 13,125 bilhões.

O período de reserva para pessoas não vinculadas vai de 28 de setembro a 5 de outubro. No dia seguinte a essa data ocorre a fixação do preço das units. A participação a ser oferecida pode ser ampliada se os coordenadores da operação entenderem que houve demanda suficiente, informou o Santander em comunicado. Os papéis começarão a ser negociados em Nova York no dia seguinte e em São Paulo em 8 de outubro.

O varejo poderá ficar com entre 10% e 20% das units oferecidas, e o investimento mínimo é de R$ 3 mil reais e o máximo R$ 300 mil. A coordenação da operação é feita pela própria unidade brasileira do Santander com apoio de Credit Suisse, Merrill Lynch e Banco BTG Pactual. O Santander é o terceiro maior banco privado do Brasil, com 10,2% de participação de mercado em ativos até 31 de março deste ano, segundo o prospecto inicial.

Nos seis meses encerrados em junho, a unidade brasileira do banco espanhol representou mais de 20 por cento do lucro líquido do grupo e 53 por cento do ganho na América Latina.

Mudança de hábitos

A crise também reduziu um dos hábitos mais arraigados entre os espanhóis. Bebeu-se menos vinho ao longo do mês de julho a uma diferença expressiva de 22% se comparado ao mesmo período do ano passado, segundo pesquisa divulgada, nesta segunda-feira, pela agência de notícias Europa Press. A redução no consumo deve-se sobretudo à subida dos preços médios, que cresceram 9,1% e fixaram-se em 2,09 euros, segundo dados do Observatório espanhol do Mercado de Vinho.

Os vinhos que registaram maiores subidas foram os espumantes, com alta de 10,6% e os vinhos sem denominação de origem perderam 15% de consumidores. A Federação Espanhola do Vinho garante que o mercado "atravessa um dos seus piores momentos" e que todos os canais foram afetados pela crise.

Portugal

A crise econômica também mudou o comportamento dos portugueses que, diante da possibilidade de não conseguir pagar todas as despesas no final do mês, passaram a buscar um segundo emprego. A decisão é percebida ainda em outros países europeus. Pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo jornal espanhól El Boletim mostra que a Islândia figura em primeiro lugar na percentagem (11,8%) de população que tem um segundo trabalho, seguida pela Dinamarca com 9,9% dos seus habitantes a buscar por mais de um emprego para aumentar os seus rendimentos. Na Suécia, esta fatia da população representa 8,1%, pouco mais do que na Noruega (7,9%).

Portugal aparece na lista na 8ª posição, com 6,7% dos portugueses em busca de segundo emprego, quase o dobro da média da União Europeia (3,9%).

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